Bolsas de estudo


Ciência Sem Fronteiras nasceu com potencial, mas fracassa por falta de planejamento

10026821286_1b7e3c7eda_bO programa Ciência Sem Fronteiras, que deveria ampliar o nível de formação acadêmica e profissional dos estudantes brasileiros, se tornou mais uma iniciativa fracassada do governo Dilma. Para o deputado Izalci (DF), é lamentável que um projeto tão importante não gere os resultados esperados por conta da incompetência gerencial.

“É um projeto meritório e que nós apoiamos. O Brasil precisa investir na educação e principalmente nessa integração com outros países, mas infelizmente o governo é muito incompetente. Falta gestão”, destacou o tucano nesta sexta-feira (21).

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Lançado em 2011 por Dilma, o Ciência Sem Fronteiras poderia ter se tornado uma de suas mais importantes iniciativas na educação. O programa previa a concessão de 101 mil bolsas a estudantes interessados em fazer iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior – está enfrentando duas grandes dificuldades.

O governo só tinha condições de bancar 75 mil bolsas e pediu para que a iniciativa privada bancasse as demais. Até agora, apenas cerca de 13% das bolsas que as empresas financiariam foram entregues. O setor privado discute o perfil dos bolsistas. Segundo as empresas, o governo os selecionou sem critérios precisos, distribuindo bolsas de forma indiscriminada. Agora, a iniciativa privada quer definir ela própria os critérios das bolsas.

“O governo transforma os bons projetos em temas eleitoreiros e eles são distorcidos. Esses são prejuízos gerados pela falta de gestão e pela incapacidade para conduzir o processo corretamente. Falta planejamento e falta competência na execução. Não há um acompanhamento técnico e isso acaba prejudicando a eficiência do projeto”, lamentou Izalci.

Entre as reivindicações, as empresas desejam financiar pesquisadores vinculados não a uma universidade, como quer o governo, mas a cursos tecnológicos que atendam às necessidades do setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria pleiteia o direito de financiar mestrados profissionalizantes, mas enfrenta resistências veladas, como mostra “O Estado de S. Paulo”.

Muitos dos estudantes beneficiados não atendiam ao requisito de fluência em inglês quando foram escolhidos para estudar no exterior. Por esse motivo, não conseguiram acompanhar os cursos. Como as bolsas estão chegando ao fim, correm o risco de voltar sem o inglês nem a qualificação acadêmica. Alguns alunos perderam tanto tempo na busca do idioma que não conseguiram ser aprovados no processo seletivo das universidades. Para evitar que eles voltem ao Brasil sem o curso acadêmico, o governo poderá ter que desembolsar mais de R$ 800 milhões e conceder um financiamento adicional de seis meses.

Em sua edição de hoje, o jornal “Bom Dia Brasil” da TV Globo mostrou a realidade do programa. Segundo a reportagem veiculada pelo programa, ao todo, cerca de 40 mil vagas ainda não foram preenchidas.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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21 fevereiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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