Escândalos sucessivos
Oposição quer ir à Holanda para acompanhar investigação de propina envolvendo Petrobras
Os líderes da oposição apresentaram nesta terça-feira (18) requerimento em que pedem a criação de comissão externa para investigar a denúncia do pagamento de propina pela empresa holandesa SMB Offshore, que aluga plataformas de petróleo para clientes no mundo inteiro. Em outubro do ano passado, um ex-funcionário da firma vazou dados de uma auditoria interna sobre o pagamento de propinas de até US$ 250 milhões em operações em pelo menos três países. A suspeita é que, desse montante, US$ 139 milhões foram destinados a intermediários e funcionários da Petrobras em troca de encomendas de plataformas de produção. O objetivo da oposição é que uma comitiva de deputados ou mesmo técnicos vá à Europa com o objetivo de obter informações sobre as investigações do Ministério Público da Holanda.
Vítima de gestão desastrosa por parte do PT, a Petrobras está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) em relação a este assunto. Os dois órgãos de fiscalização já anunciaram a abertura de investigação. A Procuradoria Geral da República também pode entrar nessa apuração a pedido do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Na última quinta-feira (13), o tucano encaminhou representação ao MP com essa finalidade. Também foram protocolados requerimentos de informações endereçados ao ministérios da Justiça e de Minas e Energia. Após as denúncias, a própria Petrobras se viu obrigada a abrir apuração interna.
De acordo com o pedido das lideranças da oposição, cabe à Câmara adotar providências para evitar decisões que continuem lesando os cofres, a perspectiva de crescimento e a história da estatal. “Pela extrema gravidade do assunto que envolve a Petrobras, empresa atualmente apequenada com indicadores de valor patrimonial, financeiro e produção de petróleo declinantes nos últimos anos e pelo fato de a empresa SBM Offshore estar sendo investigada não só na Holanda como também na Inglaterra e Estados Unidos sobre prática de suborno é que formulamos o presente requerimento. Devemos possibilitar o conhecimento e acompanhamento das ações, procedimentos e investigações efetuadas pelo Ministério Público da Holanda sobre a Petrobras”, destaca trecho do documento.
Segundo a denúncia, 1% das comissões teria sido destinada a um grupo de empresas do representante da SBM no Brasil, Julio Faerman, e 2% para “funcionários da Petrobras”. Essas comissões de 3% estariam relacionadas a contratos de US$ 4,6 bilhões.
A Petrobras tem nove plataformas da SBM Offshore contratadas no Brasil, e algumas delas vão produzir petróleo em campos do pré-sal, entre eles Lula e Sapinhoá, onde tem como sócias a BG, Repsol Sinopec e Petrogal. A empresa holandesa está sob investigação da Holanda, da Inglaterra e dos Estados Unidos desde 2012.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Charge: Fernando Cabral – PSDB)
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