A passos de tartaruga


“Grandes obras” prometidas pela presidente Dilma não ficarão prontas tão cedo, alertam tucanos

Deputados do PSDB alertaram para a incapacidade da presidente Dilma de concluir suas principais ações, sobretudo no que diz respeito à infraestrutura do país. Levantamento feito pelo jornal “Folha de S.Paulo”, mostra 8658367641_b360b2614a_bque, das principais obras do PAC, apenas 16 podem ser concluídas até julho, bem aquém das 30 alardeadas à época da eleição da petista. Empreendimentos como a transposição do rio São Francisco, a ferrovia Transnordestina e a usina de Belo Monte ficarão para um próximo governo concluir. Neste ano, a única grande entrega do governo foi um porto financiando com recursos do BNDES, só que em Cuba.

Apesar de amargar resultados desastrosos nos empreendimentos, o governo resolveu, em pleno ano eleitoral, lançar o PAC 3, mais um “factoide”, na opinião do deputado  Nilson Pinto (PA).  “O governo vive de factoides. Quando se mensura a efetiva realização das obras, elas estão muito aquém do programado. Isso vem acontecendo no PAC 1 e no PAC, 2 e o PAC 3 será um novo factoide”, afirmou.

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Para o deputado, as grandes obras do governo Dilma foram aquelas que ajudaram a jogar o Brasil ladeira abaixo, como o caos na segurança e na saúde pública e os entraves na infraestrutura. “Desde o início repetem a promessa de fazer grandes obras que nunca se realizam”, ressalta. Mesmo o orçamento do primeiro ano do PAC, 2007, nunca conseguiu ser executado. Até agora, apenas 72,8% foram efetivamente pagos.

“Isso é muito sério”, avalia Nilson Pinto. Para o tucano, a infraestrutura não deveria ter tantos problemas.  “Afinal, há recursos disponíveis, mas o problema é que são muito mal administrados. Nossa malha rodoviária entra em colapso enquanto alternativas como as ferrovias não avançam. E era exatamente a função do PAC promover o desenvolvimento da infraestrutura do país, mas o resultado até o momento é pífio”, descreve o deputado.

De acordo com a Folha, Dilma terá que apelar para anúncios de futuros projetos nas próximas solenidades. O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse não estranhar a manobra da presidente. “Esse é o mundo real. Há uma virtualidade do governo que vive de propaganda e marketing. Não é à toa que 66% dos entrevistados disseram que querem mudanças, indicando que não aceitam mais o que está aí no governo federal”, ressaltou o parlamentar.

tebaldiE as rodovias enfrentam o aumento dos custos e o baixo volume de investimentos do governo. Assim a melhoria das estradas segue em ritmo lento e geram um entrave para a economia nacional. Nos últimos três anos, a malha brasileira cresceu, em média, apenas mil quilômetros por ano. Nesse ritmo, seriam necessários mais de 50 anos para asfaltar os 54 mil quilômetros de estradas de terra da malha federal.

No ano passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) investiu 8% menos do que em 2012, segundo dados do Siafi. Foi o segundo ano consecutivo de queda nos aportes. O valor total despendido foi de R$ 8,7 bilhões em 2013.

“Vejo isso com tristeza, pois um governo que deveria investir em infraestrutura, não investe e agora quer fazer campanha eleitoral lançando um terceiro PAC”, afirmou o deputado Marco Tebaldi (SC). Para ele, Dilma deveria estar preocupada em entregar para a população os inúmeros projetos que anunciou, mas que a sociedade não viu sair do papel. “O prudente seria terminar o que já existe para depois lançar outro. Isso é o resultado de um governo que não tem planejamento, feito de improvisos e que só pensa em campanha e não traz resultados ao país”, criticou.

Com a malha viária em situação precária e alternativas como as ferrovias e hidrovias que permanecem no discurso oficial, o país segue com crescimento lento. Nos últimos anos, foi investido em média apenas 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em estradas, valor que chegou a 4% na década de 1970. “A maior obra da presidente foi inaugurar um porto em Cuba. Isso é uma vergonha. O problema é má gestão, pois falta planejamento e sobra improviso”, ressaltou Tebaldi, ao lembrar do financiamento milionário bancado com dinheiro público brasileiro para construir o porto para a ditadura castrista.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo) 

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17 fevereiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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