Pressão política


Entrega de plataformas inacabadas pela Petrobras facilita maquiagem nas contas, critica Colnago

A suspeita de que a Petrobras teria entregado plataformas inacabadas para ajudar o governo demonstra o total uso político da empresa por parte do governo federal, afirma o deputado César Colnago (ES). A inauguração dessas estruturas gera custos e torna mais difícil o término dos trabalhos, além de colocar em risco a segurança dos trabalhadores. Esse teria sido o caminho adotado pela estatal para alimentar o saldo da balança comercial.

 “A sensação é que o governo está em seus últimos respiros. Isso por ser uma gestão baseada em mentiras, maquiagens que tentam esconder a verdade”, alertou Colnago.

Play

Plataforma inaugurada em dezembro pela presidente Dilma saiu do estaleiro incompleta. A chamada P-62 não foi a primeira nessas condições, segundo sindicalistas. As plataformas têm sido inauguradas inacabadas e depois finalizadas em mar.

Em maior ou menor grau, isso já aconteceu com as últimas 12 plataformas próprias da Petrobras, como afirmou ao “Estadão” o diretor de segurança e saúde do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Norton Almeida. Depois de concluída, a plataforma se enquadra num benefício tributário (Repetro). As embarcações passam ao guarda-chuva de uma subsidiária da Petrobras na Europa e podem ser contabilizadas pelo país como exportação. Só no quarto trimestre, quatro plataformas tiveram impacto de US$ 5,3 bilhões na balança comercial.

Para Colnago, esse é mais um capítulo da crise instaurada na companhia pela gestão petista. “A empresa está praticamente dilapidada, com perda de produção, prejuízos, queda no valor nunca antes vista, e tudo isso por causa da utilização indevida por parte de um partido”, disse.

As maquiagens e manobras que atingem a Petrobras para esquentar os números da economia são parte de uma estratégia, avalia Colnago. O Brasil acaba tendo sua imagem prejudicada e a Petrobras, mais uma vez, é vítima da interferência política.

“Não se administra um país empurrando as coisas com a barriga porque os problemas se avolumam e lá na frente podem estourar. Essas atitudes fazem parte da chamada contabilidade criativa. Mas é notório o desequilíbrio fiscal e de toda economia brasileira”, ressalta.

-> No caso da Plataforma P-62, ela foi entregue sem um cabo de ré, sem uma das amarras do sistema de ancoragem de bombordo (lado esquerdo) e sem o sistema elétrico pronto, entre outros itens.  O cabeamento de energia incompleto forçou a instalação de um gerador de energia que pegou fogo em janeiro quando a plataforma navegava em direção ao campo de Roncador, na Bacia de Campos.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
14 fevereiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *