Promessa esquecida

Cidadão sairia no prejuízo com aumento na conta de luz para compensar déficit, alertam tucanos

O possível aumento na conta de luz para cobrir o rombo na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) revela a incompetência da presidente Dilma para gerir o setor elétrico. Essa é a avaliação dos deputados Domingos Sávio (MG) e Nilson Leitão (MT). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontou um potencial déficit de R$ 5,6 bilhões na CDE neste ano, que, se não for subsidiado pelo governo, terá que ser repassado às tarifas de energia e bancado pelo consumidor. Para cobrir essa diferença, a Aneel recomendou um aumento médio de 4,6% nas contas de luz, adicional ao reajuste anual.

Sávio lembrou que o possível reajuste ocorre após a promessa da presidente Dilma de reduzir o preço das contas de luz. “Estamos diante de uma presidente que está fazendo gestos políticos e eleitoreiros o tempo todo. O setor elétrico foi todo desorganizado e recentemente ela veio em cadeia nacional de rádio e televisão anunciar a redução do custo da energia elétrica, sem fazer o dever de casa de investir na infraestrutura, construir mais usinas”, declarou.

Para Leitão, é um absurdo que o cidadão tenha que arcar com esse prejuízo. O deputado condenou o modelo adotado pelo governo para administrar o setor elétrico. “A presidente não teve planejamento estratégico para o setor elétrico. O setor de Minas e Energia está falido. Quem vai pagar essa conta é o consumidor”, criticou.

O Orçamento de 2014 já contempla a transferência de R$ 9 bilhões em recursos do Tesouro Nacional à CDE, principalmente para compensar a utilização das usinas térmicas. Mas a conta deve ficar bem acima desse valor, conforme destacou reportagem do jornal “O Globo”.

Segundo Sávio, a situação é fruto da irresponsabilidade do governo. “É um governo incompetente e vem aí crise atrás de crise, não só o aumento de energia, mas o risco de aumento do combustível e a volta da inflação com a perda da estabilidade econômica”, lamentou.  

De acordo com a PSR, respeitada consultoria da área de energia do país, o Brasil tem hoje uma probabilidade de 17,5% de enfrentar um racionamento de energia em 2014. Trata-se de patamar altíssimo: em sistemas equilibrados, o máximo que se admite é um risco de 5%.

Na avaliação do Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos políticos do PSDB, Dilma é a presidente do apagão. “A média de tempo em que o sistema elétrico brasileiro fica apagado multiplicou-se por cinco entre 2010 e 2012, e deve ter aumentado ainda mais no ano passado”, aponta a Carta de Formulação e Mobilização Política.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)