Oportunismo

Presidente tenta faturar com o esforço de agricultores do Mato Grosso, critica Leitão

Incapaz de conduzir a máquina pública com eficiência para reverter a fase enfrentada na infraestrutura e na logística do país, a presidente Dilma Rousseff vem tentando associar sua imagem ao agronegócio, uma das poucas áreas que vão bem na economia. A petista participou nessa terça-feira (11) da cerimônia do lançamento simbólico da colheita da safra de soja 2013/2014, no município mato-grossense de Lucas do Rio Verde, a 360 quilômetros de Cuiabá. Lá ela dirigiu colheitadeira e exaltou as conquistas de um setor que não conta com o apoio do governo.

O deputado Nilson Leitão (MT), conhecedor das inúmeras dificuldades enfrentadas pelos produtores no escoamento da safra, disse que a produção de grãos naquele estado não teve nenhum incentivo do governo. Segundo ele, o bom resultado é graças à determinação prática dos produtores daquela região.

Leitão criticou a passagem de Dilma e lembrou que em 2010 ela esteve no mesmo município para lançar a ferrovia de integração do Centro-Oeste, longe de ser concluída. “Ela a lançou em 2010. Nós estamos em 2014, e nem licença ambiental tem! Ela voltou lá, não para lançar qualquer obra, mas para faturar a parte política do suor dos produtores brasileiros”, disse.

De acordo com o parlamentar, houve uma morte na BR-163 enquanto era organizada a estrutura de segurança para receber a presidente. “Esse óbito ocorreu por falta de atendimento, porque a única viatura do Corpo de Bombeiros existente estava auxiliando a comitiva da presidente em vez de atender os acidentes daquela rodovia”, lamentou.

O jornal “O Estado de S.Paulo” desta quarta-feira (12) destaca que, durante os quase 40 minutos de discurso, a petista prometeu “um grande esforço” para integrar os modais de transporte em Mato Grosso, com a utilização de ferrovias, hidrovias e rodovias. O problema é que Dilma só enxergou isso no último ano do mandato. Os leilões de concessão de rodovias que servem as principais regiões produtoras saíram do papel no ano passado.

Leitão considerou a visita da presidente como um ato eleitoreiro e lembrou que Dilma não foi ao Mato Grosso nos anos de 2011, 2012 e 2013. “Mas agora, no ano eleitoral, vai tentar faturar com o suor alheio”, declarou.

Durante o embarque de Dilma em um helicóptero que a levaria a Lucas do Rio Verde, um grupo de jovens levantou cartazes sugerindo que a presidente fosse de carro para que ela conhecesse a realidade do Brasil. “Enquanto isso, a presidente Dilma se deliciava, falando da produção na qual ela não teve participação nenhuma. Ao contrário, a participação do governo na produção brasileira é atrapalhar. O que o governo fez para o produtor brasileiro foi virar as costas e inaugurar um porto lá em Cuba”, finalizou.

 (Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola)