Inversão de prioridade


Queda de investimento mostra que gestão petista gasta de forma equivocada o dinheiro público

As receitas do governo federal com os chamados restos a pagar – despesas que são adiadas de um ano para o outro – viraram um orçamento paralelo, mostrando a incapacidade da gestão pública em aplicar os recursos 2012.06.04 - PSDB - Marcus Pestana (MG) - Discurso Grande Expedientenecessários para melhoria da infraestrutura nacional. Levantamento da Assessoria Técnica do PSDB, com base em informações do Sistema de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), mostra que o valor total da rubrica aumentou 23,8% na comparação com o ano passado.

Para o líder da Minoria na Câmara, Domingos Sávio (MG), o governo federal está preocupado apenas em acomodar os apadrinhados políticos. Segundo ele, o Brasil vive um momento crítico. “É um governo que não transmite credibilidade”, disse. “O governo gasta com o custeio da máquina. Não gasta com a melhoria da infraestrutura brasileira. O resultado é o cenário de uma economia que afeta a todos os brasileiros. Estamos perdendo o trem da história.”

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O deputado Marcus Pestana (MG) considera a queda de investimento um problema crônico. “A presidente Dilma aumenta gastos de custeio. A prova são os inexplicáveis 39 ministérios. Essa é a face exposta do desperdício. É preciso gastar mais com a sociedade, mais com as pessoas”, disse. Segundo ele, o governo do PT faz o inverso: “Gasta mais com a máquina para dar emprego aos companheiros, em vez de investir no desenvolvimento do Brasil”.

Na avaliação do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), o governo atual fez um verdadeiro estrago na economia. “Menos de dez anos atrás, nossa balança comercial referente aos bens manufaturados dava superávit de 5 bilhões de reais. No último ano, a indústria manufaturada brasileira deu um déficit de 110 bilhões de reais”, disse.

Em 2013, foi empenhado o valor de R$ 1.930,4 bilhão, sendo efetivamente pago R$ 1.782,7 bilhão. O governo transferiu, assim, 147,6 bilhões para este ano. Soma-se à quantia o saldo de R$ 71,1 bilhões de restos a pagar de anos anteriores. Assim, chegamos ao total de R$ 218,7 bilhões para 2014, aumento de 23,8% em relação a 2012 (R$ 176,7 bilhões).

Por outro lado, o esperado incentivo à infraestrutura não passou de promessa do PT. Pelo contrário, os investimentos caíram no ano passado. Do total de R$ 90,2 bilhões, foram empenhados apenas R$ 66,7 bilhões, ou 18,8%. Na comparação com os dados finais de 2012 (R$ 21,5 bilhões), os pagamentos deste grupo diminuíram 21,5% em 2013.

O resultado mostra que o governo movimentou obras e ações no ano passado com os restos a pagar de 2012. A manobra vai se repetir em 2014. Por causa das restrições de repasses em ano eleitoral, o governo federal sinaliza que vai reforçar o artifício de concentrar as liberações nos restos a pagar e não nos recursos do ano em vigor.

Para 2014, a área econômica pretende continuar gerando a máquina com restos a pagar. Com o calendário mais curto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou em janeiro que haverá cortes no Orçamento da União de 2014, a serem anunciados em fevereiro. Isso significa que, mesmo em ano eleitoral, o governo diz que reduzirá despesas. A conferir.

23,8%

Foi o percentual de aumento dos restos a pagar no Orçamento da União de 2014.

21,5%

Foi o percentual de queda dos gastos do governo federal com investimento no ano passado.

(Reportagem: Gabriel Garcia /Áudio: Hélio Ricardo)

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5 fevereiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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