Inversão de prioridade
Queda de investimento mostra que gestão petista gasta de forma equivocada o dinheiro público
As receitas do governo federal com os chamados restos a pagar – despesas que são adiadas de um ano para o outro – viraram um orçamento paralelo, mostrando a incapacidade da gestão pública em aplicar os recursos necessários para melhoria da infraestrutura nacional. Levantamento da Assessoria Técnica do PSDB, com base em informações do Sistema de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), mostra que o valor total da rubrica aumentou 23,8% na comparação com o ano passado.
Para o líder da Minoria na Câmara, Domingos Sávio (MG), o governo federal está preocupado apenas em acomodar os apadrinhados políticos. Segundo ele, o Brasil vive um momento crítico. “É um governo que não transmite credibilidade”, disse. “O governo gasta com o custeio da máquina. Não gasta com a melhoria da infraestrutura brasileira. O resultado é o cenário de uma economia que afeta a todos os brasileiros. Estamos perdendo o trem da história.”
O deputado Marcus Pestana (MG) considera a queda de investimento um problema crônico. “A presidente Dilma aumenta gastos de custeio. A prova são os inexplicáveis 39 ministérios. Essa é a face exposta do desperdício. É preciso gastar mais com a sociedade, mais com as pessoas”, disse. Segundo ele, o governo do PT faz o inverso: “Gasta mais com a máquina para dar emprego aos companheiros, em vez de investir no desenvolvimento do Brasil”.
Na avaliação do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), o governo atual fez um verdadeiro estrago na economia. “Menos de dez anos atrás, nossa balança comercial referente aos bens manufaturados dava superávit de 5 bilhões de reais. No último ano, a indústria manufaturada brasileira deu um déficit de 110 bilhões de reais”, disse.
Em 2013, foi empenhado o valor de R$ 1.930,4 bilhão, sendo efetivamente pago R$ 1.782,7 bilhão. O governo transferiu, assim, 147,6 bilhões para este ano. Soma-se à quantia o saldo de R$ 71,1 bilhões de restos a pagar de anos anteriores. Assim, chegamos ao total de R$ 218,7 bilhões para 2014, aumento de 23,8% em relação a 2012 (R$ 176,7 bilhões).
Por outro lado, o esperado incentivo à infraestrutura não passou de promessa do PT. Pelo contrário, os investimentos caíram no ano passado. Do total de R$ 90,2 bilhões, foram empenhados apenas R$ 66,7 bilhões, ou 18,8%. Na comparação com os dados finais de 2012 (R$ 21,5 bilhões), os pagamentos deste grupo diminuíram 21,5% em 2013.
O resultado mostra que o governo movimentou obras e ações no ano passado com os restos a pagar de 2012. A manobra vai se repetir em 2014. Por causa das restrições de repasses em ano eleitoral, o governo federal sinaliza que vai reforçar o artifício de concentrar as liberações nos restos a pagar e não nos recursos do ano em vigor.
Para 2014, a área econômica pretende continuar gerando a máquina com restos a pagar. Com o calendário mais curto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou em janeiro que haverá cortes no Orçamento da União de 2014, a serem anunciados em fevereiro. Isso significa que, mesmo em ano eleitoral, o governo diz que reduzirá despesas. A conferir.
23,8%
Foi o percentual de aumento dos restos a pagar no Orçamento da União de 2014.
21,5%
Foi o percentual de queda dos gastos do governo federal com investimento no ano passado.
(Reportagem: Gabriel Garcia /Áudio: Hélio Ricardo)
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