Estelionato eleitoral

Governador Agnelo mentiu à população com falsas promessas de fortalecer a segurança pública

A bancada do Distrito Federal no Congresso se reuniu nesta terça-feira (4) para discutir a crescente onda de violência que assusta a população de Brasília. Deputados do PSDB afirmaram que o governador Agnelo Queiroz (PT) mentiu à Polícia Militar, quando fez uma lista de promessas de fortalecimento da corporação na campanha de 2010. No quarto ano do mandato, segundo os tucanos, o petista não cumpriu nenhuma.

Coordenador da bancada, o deputado Luiz Pitiman (DF) defendeu a abertura de um canal de comunicação. “Há uma falta de diálogo entre o Poder Executivo e as Forças que compõem a segurança, principalmente com a Polícia Militar”, disse. “O governador do Distrito Federal e a presidente da República precisam ter ações imediatas. Não podemos mais permitir que um assunto tão importante seja tratado de forma secundária.”

Para o deputado Izalci (DF), Agnelo perdeu a credibilidade por causa das sucessivas promessas descumpridas. “Houve um estelionato eleitoral. O governador aproveitou, na época da campanha, e fez 13 promessas por escrito”, destacou. “Após três anos, sequer ele deu satisfação às tropas sobre o motivo pelo qual não realizou as promessas.”

O medo nas ruas de Brasília é justificado. Em dois anos, o número de roubos, furtos, assaltos e crimes contra o patrimônio no DF aumentou 22%. No ano passado, o índice de homicídios foi de 25,4 casos por 100 mil habitantes. De acordo com o Jornal Nacional, o número de assassinatos em janeiro aumentou 41% em relação a janeiro do ano passado.

Numa rápida comparação, no estado de São Paulo foram 11 assassinatos por 100 mil habitantes. Diante desse cenário, os parlamentares aprovaram, por unanimidade, um pedido de audiência com Agnelo.

Nas ruas, policiais militares fazem o que batizaram de “Operação Tartaruga”. Estão praticamente parando. O número de armas apreendidas, de abordagens e de registros de ocorrência diminuiu desde dezembro, quando a paralisação ficou mais forte. O DF tem um PM para cada 168 habitantes. A média nacional é de um policial para 431.

Izalci não acredita em solução breve. Segundo ele, o governo mostrou absoluta incapacidade para resolver a problemática da segurança pública. “Este governo não tem nenhuma política de segurança para o Distrito Federal, nem para a educação, nem para a saúde”, avaliou.

Os deputados criticaram a ausência do comandante-geral da Polícia Militar, Anderson Moura, e do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Júlio César dos Santos. Na reunião desta terça, Pitiman recordou reiteradas vezes que os chefes das Forças brasilienses não haviam chegado à audiência, muito menos deram satisfação.

(Reportagem: Gabriel Garcia / Foto: Alexssandro Loyola / Áudio: Hélio Ricardo)