Em campanha
Ex-ministro da Saúde aproveitou o cargo para tirar vantagem política, critica Gomes de Matos
Em uma tentativa de justificar falhas da gestão e se promover, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que deixou o cargo para concorrer ao governo de São Paulo, afirmou ter superado em três anos um suposto “legado maldito” herdado na pasta. O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) rebateu a indireta ao governo Fernando Henrique Cardoso e disse ser incomparável a gestão do ex-ministro José Serra, quando houve uma revolução na saúde pública.
“Observamos o descaso da falta de controle dos repasses de recursos para estados e municípios. Observamos que a dengue vem se expandindo no nosso país. Vemos o agravamento de doenças como o sarampo, que já afeta vários estados, principalmente do Nordeste. E isso por falta de objetividade e metas transparentes”, avaliou.
Matos destaca que a administração tucana focou na promoção de ações de aprimoramento que envolviam os estados e os municípios, como a campanha de acesso a remédios. Isso, graças a uma intervenção direta do governo federal no mercado de medicamentos genéricos. “Não se pode negar o grande avanço do ex-presidente Fernando Henrique Cardosos, por meio do ex-ministro José Serra, de quebrar as patentes e fazer com que a população tivesse a oportunidade de ter medicamentos mais baratos. Hoje, tem genérico mais caro do que o remédio de patente. É um total descontrole”, disse.
Entre as medidas implantadas pelo governo FHC na saúde, está a superação do Brasil na meta da Organização das Nações Unidas (ONU) na queda da mortalidade infantil; a eficácia na política de combate a Aids, sendo reconhecido mundialmente e servindo de modelo de ação para outras nações.
Campeão de publicidade
O jornal “Folha de S.Paulo” desta terça-feira (4) aponta que os gastos com propaganda do ministério da Saúde subiram quase 20% em relação aos desembolsos de 2012. Foram R$ 232 milhões com publicidade.
Na última semana, o deputado Carlos Sampaio (SP) protocolou uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) para que seja investigada provável improbidade administrativa pelo uso da cadeia nacional de rádio e televisão para promoção pessoal. Na representação, o líder argumenta que, dos cinco pronunciamentos feitos pelo ministro, quatro ocorreram um dia antes do início das respectivas campanhas. Já no último, Padilha convocou a rede para anunciar a vacinação contra o HPV, que será iniciada no dia 10 de março.
Para Matos, Padilha utilizou o ministério como trampolim. “Utiliza-se do cargo para fazer publicidade e tentar tirar proveito político da função que desempenha”, finalizou.
(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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