Ações em queda

Interferência do governo e má gestão provocaram desvalorização da Petrobras, avaliam deputados

Deputados do PSDB atribuíram a desvalorização das ações da Petrobras à má condução da empresa e à interferência errônea do governo federal. Em quase três anos, a companhia perdeu R$ 229 bilhões em valor de mercado. No último final de semanal, o valor das ações no mercado equivalia a 53,9% do total de seus ativos. É o menor percentual desde 29 de janeiro de 1999. Como se não bastasse, em 2013 a produção de petróleo e gás natural caiu pelo segundo ano consecutivo.

Nesta segunda-feira (3), o deputado Wandenkolk Gonçalves (PA) afirmou que os números falam por si e demonstram a péssima gestão da maior empresa da América Latina. “Quase metade do patrimônio da nossa maior empresa começa a se perder,  pois a Petrobras está aparelhada com a companheirada nos principais cargos, que deveriam ser eminentemente técnicos”, criticou.

Na avaliação do deputado, o aparelhamento da empresa faz com que técnicos e especialistas sejam trocados por cabos eleitorais. “Esses companheiros não dominam a relação de mercado com o mundo globalizado. Aparelhou-se toda a estrutura da Petrobras. É chegada a hora de o povo brasileiro começar a reagir contra essa incapacidade de gerenciamento do governo, com a má gestão que está incrustrada em todos os órgãos da administração pública”, alerta o deputado.

De acordo com a Economática, o valor de mercado da Petrobras era de R$ 183,8 bilhões no dia 30 de janeiro, sendo seu patrimônio estimado em R$ 341,3 bilhões. O maior valor atingido pela empresa após a oferta pública do pré-sal ocorreu em 8 de março de 2011, quando a estatal atingiu R$ 413,3 bilhões no mercado. Desde então e até ontem, a Petrobras perdeu R$ 229 bilhões em valor de mercado.

Mesmo em relação ao fim de 2013, quando a estatal valia R$ 214,6 bilhões, a perda é expressiva: R$ 30,8 bilhões. O valor de mercado da Petrobras hoje está próximo do atingido na crise dos mercados internacionais de 2008, em 5 de dezembro daquele ano, de R$ 176,2 bilhões.

Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), isso se deve, primeiro, às interferências equivocadas do governo na empresa e, segundo, à má gestão. “É o PT e a presidente Dilma destruindo o maior patrimônio empresarial da América Latina. A Petrobras é sem dúvidas um orgulho para todos nós brasileiros, mas lamentavelmente o Partido dos Trabalhadores tem conseguido destruí-la”, disse.

Segundo o deputado, o patrimônio da companhia tem sido dilapidado e  o empreguismo tomou conta. “O que o governo tem feito à Petrobras merece uma punição severa por parte do povo brasileiro, que seria a expulsão deles do governo de uma vez por todas”, disse.

Em evento realizado na Câmara ano passado, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu a reestatização da Petrobras. De acordo com ele, com o atual modelo de partilha, a empresa pode não ter condições de participar de leilões futuros. Diante dos números, o tucano disse que os resultados apresentados têm sido “lastimáveis, frutos da má gestão, do aparelhamento e da interferência política na empresa”. “A Petrobras não merece isso. Nem o Brasil”, afirmou pelo Facebook.

O líder eleito do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), também se manifestou sobre o assunto.  Segundo ele, a desvalorização do patrimônio da empresa é, infelizmente, apenas mais uma notícia ruim sobre ela. “A empresa de todos os brasileiros e que simboliza a capacidade empreendedora do Brasil não está resistindo aos 11 anos de governos do PT. Apesar das belas propagandas na televisão, a realidade é que o PT, de Lula e Dilma, está dilapidando a Petrobras”, postou o tucano.

Ainda pela rede social, o deputado Jutahy Junior (BA) destacou que a produção de petróleo em 2013 foi um fiasco. “Por incompetência e decisões ideológicas atrasadas, a produção de petróleo em 2013 caiu 2,5% em relação a 2012 e voltou ao mesmo nível da produção de cinco anos atrás. Este é o custo PT que o Brasil está pagando”, lamentou.

(Reportagem Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)