Ano produtivo


Em entrevista, Carlos Sampaio destaca ações na Liderança e analisa cenário político 

O deputado federal e líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), diz em entrevista que 2013 “foi um ano muito produtivo” para a bancada tucana, com importantes conquistas para a sociedade, como o fim dos 14º e Carlos Sampaio (SP)15º salários dos parlamentares e do voto secreto e a derrubada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 – que limitava o poder de investigação do Ministério Público (MP) -, proposições aprovadas em plenário e que contaram com o apoio decisivo de Sampaio e do PSDB. Sampaio também analisa o cenário político para este ano e o desempenho do governo federal em áreas essenciais e na condução da economia. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista:

O senhor está prestes a deixar a Liderança do PSDB na Câmara. Que avaliação o senhor faz do ano que passou e como é ser líder do principal partido de oposição ao atual governo?

Carlos Sampaio: Para mim, foi uma honra estar à frente da maior bancada de oposição ao governo na Câmara dos Deputados. Foram muitos os desafios desde que assumi a função de Líder Nacional, em fevereiro do ano passado, e que agora, com muita satisfação, passo para meu amigo deputado Antonio Imbassahy (BA), que dará sequência ao nosso trabalho. Foi um ano muito produtivo. Algumas propostas defendidas por mim e pelo PSDB, tais como o fim dos 14º e 15º salários dos parlamentares, o fim do voto secreto, a derrubada da PEC 37 e o Orçamento Impositivo foram aprovadas no Plenário e tornaram-se conquistas não apenas da oposição, mas de toda a sociedade. Reconheço, contudo, que não é fácil ser oposição num governo que detém a maioria esmagadora dos deputados, já que estamos falando de mais de 400 parlamentares da base contra 90 da oposição. Por outro lado, estamos fazendo a nossa parte, apontando os erros do governo e cobrando explicações e investigações, quando necessárias. Não fazemos oposição por oposição, pois nossa forma de agir é muito diferente da do PT.

Sua atuação parlamentar se pauta pelo seu perfil de promotor público, com ênfase na defesa dos interesses coletivos. Acha que isso o fez ganhar o espaço e a representatividade que tem, sendo reconhecido por entidades como o Congresso em Foco e o Diap?

Acho que todo político, principalmente aquele que representa a população no âmbito nacional, tem que se pautar sempre pelo interesse coletivo, pelo interesse público, independentemente de sua profissão ou formação. Essa foi sempre a minha conduta, desde que ingressei na política, no início dos anos 90, quando fui eleito vereador pelo município de Campinas. É certo que minha formação como promotor de Justiça, por si só, já me impulsiona a ser ainda mais combativo nas questões que envolvem o interesse coletivo. Penso, todavia, que essa postura deveria ser a regra para os homens públicos. O reconhecimento e a representatividade são reflexo das atitudes e da postura do parlamentar. Desde que ingressei na vida pública, tenho pautado minhas ações no sentido de demonstrar que é possível, sim, conciliar política e ética.

Quando e como a política entrou na sua vida?

Ingressei na política quando o saudoso prefeito de Campinas, José Roberto Magalhães Teixeira (morto em 1996, vítima de câncer), um dos políticos mais honrados de nosso país, convidou-me para sair candidato a vereador. Achei que era chegada a hora de sair do campo da crítica e passar para o campo das realizações. Em outras palavras, conversando com os amigos pessoais, com meus familiares e com colegas da Promotoria, da Advocacia e da Magistratura, percebi que, por mais desacreditada que fosse a atividade política, ela era um dos mais importantes instrumentos para que eu pudesse colocar em prática uma série de ideias e ações em prol da coletividade.

Por que escolheu o PSDB?

Além do fato de ter ingressado na política, como já disse, a convite do Magalhães Teixeira, que era do PSDB, sempre me identifiquei com a filosofia do partido. Fora isso, o PSDB foi fundado por figuras relevantes no cenário político brasileiro, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e integravam seus quadros grandes homens públicos, como Mário Covas, José Serra, Geraldo Alckmin e outros, pessoas que eu admirava e admiro pela postura ética e democrática.

Temos um cenário que antecipa uma campanha eleitoral no Brasil, com elementos que a sociedade colocou como desafiadores para todas as instituições públicas, inclusive os partidos políticos, desde as manifestações de junho de 2013. Pilares da política de Estado estão comprometidos, como é o caso da saúde, sem financiamento e sem atendimento ideal. A economia está afetada e há sinais claros de uma gestão inexperiente dessa área por parte do Governo Federal. Como o senhor analisa esse quadro?

As manifestações de junho deixaram claro que a população quer mudanças, e mudanças profundas, no País. As últimas pesquisas estão confirmando isso. As pessoas querem saúde e educação de melhor qualidade, querem o Ministério Público investigando os corruptos, querem políticos comprometidos com o social e com o desenvolvimento do País. No entanto, o governo que aí está dá cada vez mais mostras do despreparo técnico e da falta de competência política de seus integrantes para fazer as mudanças necessárias. Com mais de 400 parlamentares na base aliada, Dilma poderia ter feito a reforma que quisesse. Mas não fez! Não fez porque não quis! Para abafar as manifestações das ruas, o governo Dilma lançou mão do “Mais Médicos”, que apenas reduz em parte a insatisfação da população no atendimento básico, mas passa ao largo dos grandes problemas estruturais da Saúde, que requerem investimentos pesados na própria contratação de profissionais – sejam eles brasileiros ou do Exterior -, na compra de equipamentos, na construção de unidades, etc. Na economia, os problemas também são graves, com descontrole da inflação, déficit crescente das contas públicas, crescimento pífio do PIB e por aí vai. O PSDB, em toda sua história, sempre primou pelo controle rígido das contas – uma das principais leis neste sentido, a Lei de Responsabilidade Fiscal, foi criada na gestão de FHC! Também foi na gestão FHC que ocorreu o fim da hiperinflação e a consolidação do Real como moeda forte. São essas as bases de uma economia pujante deixadas pelo PSDB ao seu sucessor, o que não deverá se repetir em 2014, infelizmente.

A frase

“O reconhecimento e a representatividade são reflexo das atitudes e da postura do parlamentar. Desde que ingressei na vida pública, tenho pautado minhas ações no sentido de demonstrar que é possível, sim, conciliar política e ética.”

Carlos Sampaio (SP), deputado federal e líder do PSDB

(Da assessoria do deputado/ Foto: Alexssandro Loyola)

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24 janeiro, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Ano produtivo”

  1. rubens malta campos disse:

    Tenho admiração pelo trabalho do Dep.Sampaio e entendo que ele tem um equilibrio
    entre capitalismo e socialismo,tão necessário no mundo moderno. Os países nórdicos
    estão aí como exemplos.
    Att. rubens Malta Campos

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