Inversão de prioridade


Queda de investimento faz com que economia tenha pífio crescimento, diz Colnago

7544955220_8c5b8bd84a_zO deputado César Colnago (ES) avalia que o irrisório crescimento da economia do Brasil está relacionado à queda acentuada dos investimentos em infraestrutura. Enquanto o mercado financeiro reduziu a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3% para 2,28%, os investimentos do governo federal despencaram no ano passado. Para o tucano, a gestão petista inverteu os valores: elevou os gastos com a máquina publica em detrimento às aplicações em portos, aeroportos e estradas.

“Ao invés de fazer os aportes necessários para gerar emprego e dinamismo, que era exatamente estimular a infraestrutura, o PT priorizou o aumento de custeio, de ministérios, de cargos comissionados. Focou nos gastos supérfluos”, diz. O resultado, segundo ele, é a diminuição da atividade econômica. Além disso, o PT não aproveitou o momento de estabilidade da moeda do Brasil.

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Levantamento da ONG Contas Abertas aponta que, ao contrário das privatizações de rodovias, aeroportos e terminais portuários, que geram expectativa de rendimento de R$ 80,3 bilhões pelos próximos 35 anos, os investimentos da União são desanimadores. Em 2013, o valor gasto para a formação ou aquisição de um bem de capital caiu R$ 2,9 bilhões em relação a 2012. Os valores estão atualizados pela inflação.

A pesquisa indica que, no ano passado, R$ 46,8 bilhões foram gastos com ampliação, construção, conclusão de obra, aquisição de equipamento, material permanente, entre outros, ante os R$ 49,7 bilhões investidos em 2012. Do total pago, R$ 30,1 bilhões representam a quitação de restos a pagar, ou seja, compromissos firmados em anos anteriores, mas não pagos no exercício. O levantamento considera os valores lançados até o dia 2 de janeiro.

Colnago elenca como gastos desnecessários a criação de novas estatais, o aumento do número de ministérios (atualmente em 39), os gastos exagerados com cartão corporativo e a compra de um novo avião para a Presidência da República. “O Palácio do Planalto não priorizou as áreas importantes para geração de emprego e renda, para melhorar a qualidade de vida da população”, lamenta.

O deputado lembra que a arrecadação de impostos, contribuições federais e demais receitas, como os “royalties”, vem batendo sucessivos recordes. Em dezembro, o governo arrecadou R$ 116 bilhões, segundo dados do Ministério da Fazenda. “Temos anos consecutivos de recorde de receita. Mas o ganho que tivemos com aumento de receitas não refletiu no aumento dos investimentos.”

(Reportagem: Gabriel Garcia / Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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9 janeiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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