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Para deputados, Dilma vendeu “país da fantasia” em último pronunciamento do ano na TV

Brizza CavalcanteÀs vésperas da virada de ano, a presidente Dilma voltou a usar a rede nacional de rádio e TV para tentar dizer à população que o Brasil está no rumo certo e prometer mais avanços para 2014. Como resumiu o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), a petista, sob o pretexto das festas de fim de ano, utilizou a comunicação oficial para fazer autoelogios e campanha eleitoral. Nesta segunda-feira (30), deputados tucanos reforçaram a crítica do senador ao acusarem Dilma de maquiar a realidade. 

“Nenhuma palavra sobre as famílias vítimas das chuvas e as obras prometidas e não realizadas. Nenhuma menção à situação das empresas públicas, à inflação acima do centro da meta, ao pífio crescimento da economia. Nenhuma menção à situação das estradas, à crise da segurança e à epidemia do crack que estraçalha vidas”, enumerou Aécio em seu perfil no Facebook. Para o senador, Dilma prega uma verdadeira “ilha da fantasia”. A sucessora de Lula chegou a ser incoerente ao falar em redução de impostos logo depois de corrigir a tabela do imposto de renda abaixo da inflação e de aumentar do dia pra noite a alíquota do IOF para penalizar turistas que viajam para o exterior.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirmou que a presidente vende um país muito bonito e colorido, mas não está enxergando o Brasil das estradas esburacadas, das telecomunicações congestionadas, dos portos e aeroportos lotados e sem infraestrutura. “É uma pena, pois o governo dela é sofrível.O déficit das contas só piora e ela está em um péssimo momento”, avaliou.

Para o tucano, a presidente perdeu o foco. No pronunciamento ela exaltou o programa Mais Médicos e falou sobre avanços na educação e saúde. “Alguém está aconselhando ela muito mal sobre essa questão da saúde no país. O sistema é deficiente, faltam infraestrutura e dinheiro do próprio governo federal, estados e municípios são massacrados com tantas despesas e ela não cumpre sua obrigação. É lamentável querer enganar o povo brasileiro com um programa de 10 mil médicos em um país com 400 mil profissionais”, lamentou.

raimundo gomesRaimundo Gomes de Matos (CE) disse que a presidente tentou mascarar a realidade, especialmente no que diz respeito à área econômica e à insegurança do povo em relação a ver cumpridos seus direitos de acesso à segurança, à saúde e à educação. Ela disse que há motivos para esperar o próximo ano melhor que o de 2013, que a vida do brasileiro vai continuar melhorando, sem risco de desemprego, pagando suas prestações em dia e em condições de abrir sua empresa ou ampliar seu próprio negócio. E frisou que faz a parte dela.

No discurso, Dilma assegurou o compromisso com a manutenção do equilíbrio das contas públicas e do controle da inflação, dois pontos de fragilidade da sua própria gestão da política econômica. A deterioração das contas públicas ao longo do ano foi um dos principais problemas que minaram a confiança dos investidores. A inflação, por sua vez, também permanece em patamares elevados e as projeções do Banco Central indicam que a presidente Dilma não conseguirá terminar o seu governo com o índice no centro da meta, de 4,5% ao ano.

Equilíbrio das contas é piada

No pronunciamento, Dilma optou por culpar uma suposta “guerra psicológica” que inibiria a atração dos investimentos. “Os investimentos internacionais não chegam ao Brasil devido aos problemas da economia. Há uma instabilidade na política econômica, o governo não fez as reformas necessárias para reduzir os gastos públicos e a máquina continua pesada. Enquanto isso, por exemplo, os nordestinos permanecem sofrendo com a falta de água. Mais de R$ 1 trilhão foi arrecadado, mas o retorno à população é mínimo”, criticou Gomes de Matos.

Para os deputados, a garantia dada por Dilma de manter o equilíbrio das contas públicas soa como piada diante da situação real do país. “Os próprios investidores internacionais veem o Brasil como pouco atrativo, até porque aqui há muitos impostos e incertezas de todas as ordens”, afirmou o parlamentar cearense.

O tucano ressalta que, como se não bastasse tudo isso, o Programa de Aceleração do Crescimento se tornou apenas um programa de comunicação. “Enquanto isso os portos e estradas estão cheios de problemas e a produção fica parada. Assim como acontece com as pessoas nos aeroportos. Tudo por que as obras estruturantes não saíram do papel”, reforçou.  

(Reportagem: Djan Moreno/Fotos: Alexssandro Loyola e Brizza Cavalcante)

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30 dezembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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