Sanha arrecadatória

Azeredo manifesta revolta com possível adiamento da obrigatoriedade de airbag e ABS nos carros

O possível adiamento da lei que obriga a instalação de airbag e de freios ABS – sistema de frenagem que ajuda a diminuir o perigo em uma derrapagem – nos carros fabricados no Brasil revela a sanha arrecadatória do governo da presidente Dilma Rousseff. Essa é a avaliação do deputado Eduardo Azeredo (MG), autor do projeto que deu origem à Lei 11.910/2009, aprovada pelo Congresso e sancionada pela Presidência da República há cinco anos.

“Faltando 20 dias para a lei entrar em vigor, o governo cede às pressões econômicas das grandes montadoras. E, para não perder arrecadação, vai perder vidas. É um absurdo. A lei defende a vida da população brasileira”, condenou Azeredo. O deputado acrescenta que o governo deverá ser responsabilizado “pelas mortes que vierem a acontecer” por causa dos veículos novos fabricados sem os itens de segurança.

Nesta quarta-feira (11), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo está “discutindo questões do equipamento de segurança” que seria acrescentado aos automóveis em 2014. Cedendo às pressões econômicas, como apontou Azeredo, o ministro disse que há uma preocupação com o impacto sobre o preço do carro. Os equipamentos, que seriam obrigatórios a partir de janeiro, devem ser adiados para 2016.

Ao classificar como absurda a proposta da equipe econômica da presidente Dilma, Azeredo explica que houve um prazo de cinco anos para adaptação por parte das empresas, o que reforça o descaso do governo federal com a sociedade. Para o tucano, é inaceitável que o governo queira, na última hora, revogar uma grande conquista do consumidor brasileiro.

Regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), a lei deu às montadoras um prazo de cinco anos para que pudessem se adaptar às regras. Entretanto, segundo o deputado, o governo federal agora cede à pressão econômica da indústria automobilística, em detrimento da segurança de motoristas e passageiros.

(Da redação / Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)