A República renovada, por Antonio Imbassahy


A data histórica do 15 de novembro, quando celebramos a Proclamação da República, se engrandeceu ainda mais com a decisão do Supremo Tribunal Federal –STF, corte maior de Justiça do país, de punir, com prisão, os 7727150808_4052d30a8b_bsentenciados pela participação de crimes contra a Nação, no episódio conhecido como ‘mensalão’.

O mais emblemático é que, pela primeira vez na história da nossa República, os brasileiros acompanham a punição de gente poderosa: banqueiros, empresários, políticos e dirigentes partidários. Significa um marco, quem sabe o início do fim da impunidade neste país.

O partido do governo, o PT, que age com desrespeito ao poder judiciário, por fazer justiça, foi duramente atingido, até porque, no cerne da questão, os crimes cometidos visavam um golpe nas instituições democráticas, a manutenção indefinida ou a perpetuação no poder. Era o projeto que o então chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, capitaneava com toda desenvoltura, usando os gabinetes do Planalto e todo o seu poder de influência perante partidos políticos, banqueiros, lobistas…

Que a facção ‘burguesia petista’ não venha imputar deslize ao trabalho do STF e do Ministério Público, que quiseram silenciar com a PEC 37, derrotada pela força da democracia, no Congresso, onde ainda enfrentamos tentativas de manobras, lideradas pelo PT, visando impedir, ou protelar, a cassação dos parlamentares condenados, agora presos.

Foram exaustivos oito anos de apuração, enfrentando toda sorte de obstáculos e boicotes, num julgamento transparente, jamais visto no Brasil, com amplos direitos de defesa e recursos aos acusados, conforme as leis vigentes, além da decência e dignidade de um tribunal composto na sua (quase) totalidade por membros escolhidos pelos presidentes Lula e Dilma, aprovados pelo Congresso, avaliados também pelo PT.

Nesse instante de orgulho nacional, com repercussão no mundo, estranhamos a omissão, o silêncio da principal mandatária do Brasil, Dilma Rousseff, ao fato histórico.

Que este 15 de novembro seja um recado, um sinal vermelho para o desperdício do dinheiro público; para que casos como o do deputado Donadon, beneficiado pelo voto secreto, não voltem a acontecer; para que prevaleça o voto aberto geral, que tenho defendido; para que não insistam no absurdo do financiamento público de campanha; para que não mais confundam ‘imunidade’ com ‘impunidade’ e respeitem, de verdade, o clamor das ruas e o veredicto da urnas. Acreditamos num Brasil positivamente diferente a partir dessa data. Viva a República, viva a democracia.

*Antonio Imbassahy (BA) é deputado federal pelo PSDB e líder da oposição no Congresso

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21 novembro, 2013 Artigosblog Sem commentários »

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