Decisão do STF


Comissão de Agricultura debaterá demarcação da reserva Raposa Serra do Sol

CA Comissão de Agricultura da Câmara realizará audiência pública para debater recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) referente à reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.  O pedido foi apresentado pelo líder da Minoria na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), e aprovado nesta quarta-feira (6) pelo colegiado.

No dia 23 de outubro, a Suprema Corte decidiu manter a validade das condicionantes estabelecidas em 2009 no processo sobre a demarcação do território da reserva. O tribunal entendeu ainda que as regras não podem ser aplicadas em outros processos de demarcação de terras indígenas.

De acordo com reportagem da Agência Brasil, o plenário negou os recursos para revisar as 19 condicionantes por entender que as regras foram estabelecidas com base na Constituição para dar efetividade ao processo de demarcação. No entanto, o relator, ministro Luís Roberto Barroso, decidiu esclarecer as dúvidas apresentadas.

De acordo com o ministro, pessoas miscigenadas casadas com indígenas podem permanecer nas terras, e missionários e religiosos podem atuar dentro da reserva, desde que sejam autorizados pelos indígenas. Também ficou esclarecido que o estado de Roraima pode manter escolas municipais dentro da reserva, mas sob a supervisão da União. Os índios também não podem bloquear estradas próximas à reserva. O garimpo não é permitido, mas os indígenas podem manter formas tradicionais de extrativismo sem objetivo econômico.

A maioria dos ministros também entendeu que as 19 regras, definidas para manter a demarcação da Raposa Serra do Sol, não podem ser aplicadas em outros processos de demarcação de terras indígenas.

Após a decisão do STF, em 2009, a Advocacia-Geral da União (AGU) publicou uma portaria estabelecendo que advogados e promotores públicos devem observar o cumprimento das mesmas condições impostas à Raposa Serra do Sol em qualquer processo demarcatório, inclusive naqueles já finalizados. A norma foi suspensa após protestos de índios e de organizações indigenistas.

Na parte sobre a validade das regras, os ministros Marco Aurélio e Joaquim Barbosa foram votos vencidos, por entenderem que o STF não poderia ter criado as regras. Diante da decisão do Supremo, Nilson Leitão afirma ser imprescindível a realização do debate com as autoridades responsáveis pelas demarcações de terras no país. O Objetivo, segundo ele é obter um entendimento que possa tranquilizar os pequenos agricultores que vivem um clima de total insegurança jurídica com a ameaça da demarcação.

(Reportagem: Djan Moreno com informações da Agência Brasil/ Foto: Wilson Dias/ABr)

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6 novembro, 2013 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Decisão do STF”

  1. rubens malta campos disse:

    Índios de MS estão sugerindo que o Governo Federal indenize os proprirtários
    rurais que perderão suas terras.Esse é o maior entendimento que possa haver
    para uma pacificação geral.

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