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Em reunião parlamentar em Angola, Azeredo discute ações para evitar crimes na Internet

O deputado Eduardo Azeredo (MG) participa nesta semana da 4ª Reunião da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Angola, como preletor do debate sobre segurança nas2012.04.18 - Comissães Manhã - deputados PSDB novas tecnologias da informação, setor em que o parlamentar tem vasta experiência.

Durante o encontro no país africano, Azeredo destacou a experiência brasileira com os episódios recentes de espionagem e apontou soluções que podem ser adotadas internacionalmente. “Se por um lado é possível vislumbrar no mundo digital o sonho da superação das desigualdades no planeta, por outro, aumenta nossa responsabilidade em encontrar soluções para as ameaças que emanam do ambiente cibernético”, afirmou nesta quarta-feira (6).

O parlamentar destacou que a Internet oferece muitas oportunidades para o desenvolvimento das nações, mas representa um enorme desafio para parlamentares e gestores públicos.

Como forma de preservar os direitos de acesso à informação por parte dos cidadãos, Azeredo recomendou um amplo debate em busca de respostas e ou ações em prol da nação. Ele explicou que o Brasil sofre com crescentes crimes cibernéticos, além dos episódios recentes de espionagem norte-americana.

Dados

De acordo com o tucano, um estudo da Norton Cybercrime Report mostrou que os crimes virtuais chegam a custar, por ano, 110 bilhões de dólares ao mundo. O Brasil, que está entre os alvos principais dos cibercriminosos, tem prejuízo de 8 bilhões de dólares.

Ainda conforme o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.Br), de janeiro a junho deste ano, foram reportados 174 mil incidentes digitais no país. A maior parte, fraudes eletrônicas bancárias que deram ao Brasil um prejuízo de 1,5 bilhão de reais. “Em meu país, de cada 100 reais roubados em bancos, 95 reais são pelo computador. Esses criminosos, geralmente, usam o artifício do phishing – ação em que se “pesca” a senha dos usuários por meio de ardis como e-mails falsos”, explicou.

Azeredo citou a lei 12.735/2012, de sua autoria, que orginalmente ampliaria a estrutura penal do país, abrangendo os novos crimes que surgiram conforme o avanço tecnológico.

Regulamentação da Internet

Azeredo disse que, apesar das faltas de consenso sobre o marco civil da Internet, a proposta será aprovada em breve, por ser a disposição da maioria dos legisladores brasileiros. Sobre o tratamento dado ao tema por parte do governo, Azeredo apontou que há um baixo volume de recursos públicos destinados a combater os ciberdelitos.

Em 2013, segundo ele, o orçamento previsto para o sistema brasileiro de defesa foi de apenas 90 milhões de reais (ou 42 milhões de dólares). “Muito pouco, evidentemente, se comparado com os 4,7 bilhões de dólares gastos anualmente pelo departamento de defesa norte-americano com esforços cibernéticos”, comparou.

O deputado cobrou dos congressistas mais empenhos no tratamento das questões relacionadas à espionagem e crimes na internet. “É preciso adotar uma nova postura em relação à defesa de nossos sistemas de informação. Precisamos de ações concretas, proativas, efetivas. Ações cujo foco esteja centrado na prevenção dos ataques cibernéticos, e não na mera contabilização de seus prejuízos”, pediu.

Azeredo, que já foi presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara, sugeriu que o evento organize uma agenda de trabalhos específica para tratar da questão da segurança das tecnologias da informação. “Os desafios, como bem sabemos, são muitos. As ameaças são crescentes. Mas decerto não nos falta disposição para enfrentá-las. A Internet, Senhoras e Senhores, é um bem maior das civilizações. E precisamos defendê-la”, concluiu.

 (Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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6 novembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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