Mais tempo na escola

Em seminário internacional, Kaefer defende educação em tempo integral 

A Comissão de Educação da Câmara realizou nesta semana o Seminário Internacional de Educação em Tempo Integral, com o objetivo de proporcionar o conhecimento de experiências nacionais e internacionais sobre o tema.  No Brasil já existem iniciativas e programas para a implantação da educação em tempo integral nas escolas. No entanto, essa ainda não é a realidade da grande maioria das escolas brasileiras.

A proposta é discutir em que consiste a educação em tempo integral, sua importância e viabilidade para o Brasil, tendo em vista que o próximo Plano Nacional de Educação traz dentre suas metas o oferecimento de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas no próximo decênio.

O deputado Alfredo Kaefer (PR), em seu discurso no seminário, defendeu a ideia de implantar no Brasil a educação em tempo integral mesclada com atividade curricular e extracurricular. “Vamos levar as crianças e faremos uma logística de transporte. Se não temos um lugar dar a refeição, vamos alugar uma casa perto da escola para dar o lanche”, afirmou o parlamentar.

Segundo ele é necessário aplicar as leis na Câmara e Senado para que possamos colocar em prática a educação em tempo integral. “A educação, único instrumento de transformação da sociedade, deve ser feita dessa forma”, defendeu.

Durante o evento o parlamentar citou o problema das drogas. “Tem que falar não só como deputado, mas como um pai de cinco filhos. E nem em condições diferenciadas especiais, que muitos de nós brasileiros não tem acesso, mas os meus filhos eu consegui viciar nos estudos”, destacou Kaefer, lembrando ainda que várias vezes convidou seus filhos para sair visitar um lugar, mas eles recusavam o convite porque tinham que ir para a escola.

“Isto nós não estamos fazendo por não aplicamos o modelo de educação em tempo integral. “Nós não viciamos a nossa criança a ir para a escola desde cedo, começa a estudar quando tem seis, sete ou oito anos, por isso, a criança não está apegada com o ensino. Além disso, ocorrem às evasões, repetências e o convívio com a marginalidade e nós não teremos isto, com a educação em tempo integral”, explicou o deputado.

Kaefer disse que participou da Comissão Especial que estuda a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 134/2007, que implanta a educação em tempo integral nas escolas brasileiras até 2020, e estipula que todas as crianças permaneçam nas instituições de ensino ao menos sete horas diárias com uma programação que envolva artes, música, esportes, línguas, entre outras atividades. A proposta poderá ser votada em Plenário.

Bom exemplo no Paraná

O parlamentar citou o exemplo de Pato Branco, que na administração do prefeito Alceni Guerra (96-2000), implantou educação em tempo integral no município. “Criou-se uma ideia  de que a educação integral  tem que ser colocada no estabelecimento no local físico construído especialmente para este fim. Mas isso não procede. Temos que iniciar imediatamente em locais já disponíveis e esta é uma grande bandeira que defendo. Nós levaremos anos e anos até alcançarmos a capacidade financeira, estrutural e técnica para conseguirmos  implantar educação em tempo integral nos estabelecimentos de ensino se esperarmos pela estrutura certa”, alertou.

As crianças e jovens precisam ser cuidados em toda  a sua formação, ter acesso à  alimentação adequada, reforço nos estudos, práticas de esportes e à cultura nas suas mais diversificadas formas de manifestação. Kaefer comentou que não teremos mudanças estruturantes no Brasil se não implantarmos essa modalidade de ensino. O período em que as crianças e jovens passam na escola é sem dúvida fator propulsor do desenvolvimento e aprendizagem deles. E é cada vez mais  senso comum que quanto maior for o tempo da criança na escola, com atividades  pedagógicas, esportivas e culturais, melhor será o  desenvolvimento dos alunos. O direito à educação não se consolida apenas com o acesso ao ensino regular de ensino.

(Da assessoria do deputado/Foto: Alexssandro Loyola)