Violência intolerável


Legítimos movimentos reivindicatórios estão se tornando refém de vândalos, alerta ITV

Os legítimos movimentos reivindicatórios estão sendo, dia após dia, tornados reféns de vândalos que, sob uma suposta ideologia difusa, tentam justificar a violência que empregam contra o patrimônio público, propriedades privadas e contra quaisquer agentes que possam representar o Estado. O alerta está na Carta de Formulação e Mobilização Política desta terça-feira (29). “Cidadãos inocentes que vêm ameaçada sua segurança e sua integridade física e cerceado seu direito de ir e vir também são vítimas das barbaridades”, diz trecho do documento, cuja íntegra pode ser lida abaixo:

A foto estampada na primeira página de alguns jornais no fim de semana mostrando um grupo de delinquentes espancando um coronel da Polícia Militar de São Paulo retrata uma agressão a todo e qualquer cidadão de bem deste país. A violência de supostos manifestantes tomou dimensões inadmissíveis e merece repúdio de todos os que buscam um Brasil melhor.

Desde junho, protestos se sucedem no país, com maior ou menor adesão da população. No entanto, de uns tempos para cá, o sagrado direito à manifestação, garantido pela Constituição, vem sendo capturado por bandos de baderneiros que sequer têm coragem de mostrar a cara. Chegou a hora de dar um basta a estes excessos.

Os legítimos movimentos reivindicatórios estão sendo, dia após dia, tornados reféns de vândalos que, sob uma suposta ideologia difusa, tentam justificar a violência que empregam contra o patrimônio público, propriedades privadas e contra quaisquer agentes que possam representar o Estado. Cidadãos inocentes que vêm ameaçada sua segurança e sua integridade física e cerceado seu direito de ir e vir também são vítimas das barbaridades.

A tolerância da população com estes abusos está acabando. Já não era sem tempo. No domingo, pesquisa feita pelo Datafolha mostrou que 95% dos paulistanos condenam os atos de vandalismo – ou seria terrorismo? – praticados pelos que se intitulam “black blocs”, uma massa amorfa que se esconde por trás de máscaras para tocar o horror. 

Mesmo o apoio dos cidadãos às manifestações em geral está minguando. De uma simpatia quase absoluta da população pelos protestos (89% apoiavam os atos no fim de junho), hoje a aprovação caiu a 66%. Ainda é alta, mas já indica que um terço, pelo menos, dos cidadãos já não concorda com os métodos de contestação que vêem serem empregados nas ruas. 

Respeitar o direito à manifestação é um dever dos que prezam a democracia. Causas legítimas merecem ser publicizadas e levadas, por meio de estratégias de mobilização, ao conhecimento de maior número de pessoas. Protestos pacíficos que comungam dos preceitos democráticos, e que obedecem os limites da ordem, são aceitáveis. 

O que não se pode admitir é que, a pretexto de exercitar um direito constitucional, grupelhos nada representativos tornem a sociedade refém de suas vontades e de seus atos. Pior ainda é quando algumas organizações compactuam, ou deixam de condenar com a veemência necessária, com atitudes pura e simplesmente de bandalheira. Vandalismo é terror e assim merece ser tratado. 

Assiste-se hoje à ação de criminosos cujo único objetivo é afrontar a ordem, amedrontar a sociedade, depredar o patrimônio público e destruir a propriedade privada. Em suma, pessoas que, sob o manto da livre manifestação, dedicam-se a praticar crimes. Merecem inquestionável repressão, condenação inequívoca e severa punição. 

O que se constata é que a erosão de valores que se percebe no país a partir dos mais altos escalões da República acaba por permear a sociedade, dando veio a manifestações de toda natureza, notadamente as menos legítimas. Quando falta a autoridade, a desordem se instala e o caos campeia. Quem ganha com isso são os que não buscam um país melhor. 

Num ambiente assim depauperado, muitos se acham no direito de, sob pretexto de protestar, até mesmo por causas justas, exceder os limites da lei e da ordem, pondo em risco a segurança de todos os cidadãos. Numa sociedade que se pretende democrática, o direito de uns não pode se sobrepor ao de todos. 

Um último aspecto diz respeito ao papel da polícia nos confrontos. De atitudes excessivas, verificadas no auge dos protestos de junho, passaram a adotar posturas extremamente passivas e muitas vezes hesitantes, demonstrando indesejável impotência. Tanto um quanto o outro extremo são equivocados. 

O que se espera é que a polícia exercite o papel que lhe cabe de guardiã da ordem, agente da lei e defensora do Estado de direito. Se preciso for, o uso legítimo da força deve ser empregado contra aqueles que querem transformar as ruas em ribalta de suas badernas inconsequentes – até para que o direito constitucional à livre manifestação, feita de maneira pacífica, seja respeitado e legitimamente exercido. 

Ações como a dos intitulados “black blocs” são um soco no estômago da democracia, uma agressão aos cidadãos de bem que trabalham, pagam impostos e querem levar uma vida digna, uma afronta ao aparato estatal. São, em suma, um ataque à sociedade e, por isso, merecem repúdio de todos e repressão dos agentes da lei.

(Fonte: ITV/Foto: Marcelo Camargo – AgBr)

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29 outubro, 2013 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Violência intolerável”

  1. Antonio Carlos de Araujo disse:

    Prezados,

    Cabe a pergunta, após tantos e inadmissíveis quebra-quebras que têm ocorrido incessantemente no Brasil e principalmente em São Paulo:

    “A quem interessa que estas manifestações sejam desaceleradas e terminadas imediatamente, valendo-se daí de agentes anônimos terroristas – os “Black Bocs” -infiltrados nas legítimas manifestações, garantidas na nossa Carta Magna? Em que instância da Sociedade Brasileira, estas manifestações mais trouxeram impacto no mês de Junho/2013?”

    Os chamados “black bocs” naquela oportunidade eram uma pequeníssima e quase imperceptível parcela dos manifestantes. Notava-se a presença de bandeiras de alguns partidos nanicos da esquerdalha brasileira tentando subtrair alguns ganhos políticos.

    Hoje, as bandeiras destes partidos não estão mais ali, mas em compensação houve um aumento significativo dos “black bocs” com ações cada vez mais articuladas, organizadas, intempestivas e violentas, com o objetivo claro terrorizar, amedrontar e afastar das ruas os legítimos manifestantes, e assim por um ponto final nas manifestações.

    Creio que já passa da hora, de se fazer uma investigação mais inteligente e detalhada de cada um dos mascarados presos, em São Paulo, principalmente. Se rastrear suas trajetórias, vai encontrar viés político nestas pessoas.

    Esperemos que a Policia exerça o seu papel constitucional e encontre a resposta à pergunta feita acima.

    Att.

    Antônio Carlos

  2. Isabel Passos Maracaja disse:

    Caro deputado,
    Intolerável e absurdamente agressiva à toda população de bem, esses malfeitores, “black blocs”, que estão trazendo insegurança, prejuízos incalculáveis a população. Mas o mais absurdamente intolerável, é a omissão dos nossos governantes, que ficam em cima do muro, e providências cabíveis, justas, necessárias, e eficaz, não são tomadas. O governador de São Paulo, não ordena, não determina, não permite que a polícia tome medidas mais enérgicas, contra esses vândalos, por estar acatando as ordens ideológicas do PT, que optam pelo diálogo ( essa ideologia faz me rir )…..Enquanto os governantes, e as instituições brasileiras, continuarem neste marasmo para tomarem atitudes sérias, necessárias e urgentes, nós o povo que trabalha para ganhar nossos míseros salários, estão a mercê desses bandidos, enquanto componentes do governo federal, estadual, municipal, estão protegidos com seus helicópteros, carros blindados, seguranças etc, assim como os mais ricos , que mantem os mesmos recursos….Esses black blocs, tiverem e têm ,o respaldo de alguns e pagos por muitos, no entanto muitas desgraças ainda podem a vir acontecer, depois quero ver qual a atitude tomada depois da tragédia?…Até o momento, não vi nenhum membro dos direitos humanos se pronunciarem…Isso me parece ser jogada desastrosa, do governo dos PeTralhas, que nada mais é que dar um golpe, ou seja decretar estado de sítio……
    Nem mesmo os senadores e deputados tanto federal como estadual, estão se preocupando, com o povo, mas sim com a eleição….mas é bom não se esquecerem, a arma do povo, O VOTO, pode deixá-los a ” ver navios”, como estamos neste momento de caos, que se assola em todo o país…Não são só os black blocs, a corrupção, a impunidade, o descaso com o povo… também…

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