Programa de acompanhamento

Necessidades de estudantes com transtorno de aprendizagem são deixadas de lado, diz Mara

A Comissão de Educação da Câmara discutiu com parlamentares e especialistas as dificuldades do governo em atender as demandas de pessoas com dislexia e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O debate foi proposto pela deputada Mara Gabrilli (SP), relatora de projeto de lei que obriga o governo a manter programa de acompanhamento para esse público.

De acordo com a tucana, o governo se omite e não contempla esse segmento nas políticas públicas de educação. Ela acredita ser preciso exigir os direitos básicos de estudantes que têm dislexia e déficit de atenção, já que na prática isso não acontece.

Mara Gabrilli defende o treinamento de professores para que consigam identificar estudantes com algum tipo de transtorno. “Preparem os seus profissionais para que eles façam diagnósticos qualificados. Assim, as escolas terão professores cada vez mais sensíveis e preparados para receber qualquer tipo de aluno. Queremos que as pessoas com transtorno de déficit de atenção, hiperatividade, dislexia ou qualquer outro transtorno de aprendizagem não sejam discriminadas. Todo aluno tem capacidade de aprender, precisamos aprender como ensinar”, explicou.

De acordo com a deputada, é necessário que haja um esforço concentrado para atender os jovens. “Temos que nos preparar para exigir educação de qualidade para todos os alunos do Brasil, tenham eles dificuldade na área que for. Precisamos nos preparar porque não está previsto o ensino especializado na política do MEC”, cobrou. A tucana afirmou que o país não pode assistir passivamente ao descaso com milhões de brasileiros. Segundo ela, é preciso adotar medidas urgentes.

Durante a audiência, especialistas e convidados disseram que entre 5% e 10% da população mundial tem dislexia ou transtorno de aprendizado. No Brasil, estima-se que dois milhões de pessoas seja disléxicas. Estudos comprovam que 30% dos menores infratores têm algum tipo de transtorno. Nos Estados Unidos, 39% dos presidiários apresentam problemas parecidos.