Hora de mudanças


Artigo: Uma nova agenda para o país, por Raimundo Gomes de Matos

Basta colocarmos o olho no retrovisor para vermos que o governo da presidente Dilma Rousseff caminha para o final de seu terceiro ano de mandato sem os avanços prometidos e necessários para o país. Falta gestão, planejamento e investimentos em setores fundamentais como rodovias, portos, aeroportos, energia elétrica, educação e segurança pública.

As reformas tributária, fiscal e política não foram realizadas. Tudo está literalmente empacado e o governo petista tenta camuflar através de manipulações contábeis, incontáveis e caras propagandas na mídia. Este cenário existe por conta de uma equipe fraca no governo, apesar dos 39 ministérios existentes – antes eram 24 ministérios deixados pelo ex-presidente FHC ao final de sua gestão e com muito mais eficiência – e uma máquina que consome R$ 58,4 bilhões/ano que, se somado a outros órgãos técnicos, chega ao montante de R$ 377,6 bilhões/ano. Este é o preço que todo brasileiro paga pelo modelo de governo que já se exauriu e amarga a quarta queda consecutiva na geração de emprego na indústria e a maior taxa de juros do mundo.

Contra os fatos não há argumento. Até mesmo o modelo adotado pelas privatizações/concessões/ parcerias público privadas tem se mostrado deficientes por não conseguir deslanchar num momento crítico que a economia precisa crescer. O governo fala muito e executa pouco. O governo, só este ano, já consumiu R$ 1,8 bilhão em publicidade: virou o PAC (Plano de Aceleração da Comunicação).

Temos perdido a competitividade e espaço em mercados relevantes e também nós saímos mal nos rankings relativos a empreendedorismo e a corrupção. Para reconquistar o protagonismo que o Brasil já exerceu, é preciso regras bem definidas, maior segurança jurídica, estabilidade institucional e confiança mútua, tudo o que o atual governo não pratica.

No próximo ano teremos eleições e será o momento de um grande debate. É só acompanhar os levantamentos feitos por institutos respeitados que chegamos à constatação de que a lista de promessas não cumpridas, obras inacabadas, baixíssimo crescimento da economia e retorno da inflação é muito grande. As manifestações populares que tomam conta das principais cidades brasileiras, desde o mês de junho, já são um reflexo da necessidade de termos serviços públicos de qualidade e com agilidade no atendimento.

Há muito tempo temos alertado da urgência de uma nova agenda para o país em que o aparato estatal esteja a serviço de um arcabouço modernizante do Estado e não de um partido político.

(*) Raimundo Gomes de Matos é deputado federal pelo PSDB/CE. Artigo publicado no jornal “O Povo” no dia 20/10. (Foto: Alexssandro Loyola)

Compartilhe:
22 outubro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *