Menos empregos


Setor industrial sofre perdas consecutivas por falta de condições essenciais, diz Hauly

2010052613213_20100526_lb_023_lpMEDO deputado Luiz Carlos Hauly (PR) demonstrou preocupação com a situação da indústria no país. O tucano afirma que o Brasil enfrenta um processo de desindustrialização que traz prejuízos à nação e ao bolso dos trabalhadores. No último mês de agosto, segundo o IBGE, a tendência de redução de postos de trabalho no setor se agravou diante da estagnação na produção das fábricas em um cenário de perda de fôlego do consumo interno.

“A política econômica brasileira não contempla a questão da indústria nacional, que está abandonada”, critica Hauly, ao destacar que há uma invasão de produtos importados no país.

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Os dados do IBGE indicam retração generalizada do emprego na indústria, com redução de postos de trabalho em 13 dos 18 setores pesquisados e em 13 das 14 regiões onde foi feita a pesquisa. O emprego caiu 0,6% de julho para agosto, quarta retração seguida e a mais intensa desde abril de 2009, período no qual o setor sentia os reflexos da crise global. Perante agosto de 2012, houve queda de 1,3%. Foi o 23° resultado negativo consecutivo e o mais intenso desde dezembro (-1,4%).

Para Hauly, o governo erra gravemente ao negar as condições necessárias para o crescimento. “Não é possível que um país não crie as condições tributárias, previdenciárias, trabalhistas, de financiamento e de crédito para ter uma indústria pujante e que gere bons empregos e salários”, lamenta.

Segundo o deputado, não existe hoje no Brasil nenhuma proteção à indústria, o que atinge os empregos e a renda do trabalhador. E as estatísticas comprovam isso. O rendimento era o único indicador do mercado de trabalho industrial que estava positivo, mas recuou pela primeira vez em três anos e meio. Os juros mais altos e o crédito caro e escasso também afetaram a produção e o emprego.

A renda dos trabalhadores do setor industrial sofre os impactos da inflação maior e da dificuldade nas negociações de reajustes salariais, com dissídios menores neste ano. Com isso caiu 0,2% em relação a agosto de 2012, interrompendo 43 meses de taxas positivas nessa comparação. A renda é medida pela folha de pagamento, que inclui salários, gratificações e benefícios como o 13º.  Na comparação com julho deste ano, quando houve alta de 0,5%, a perda na remuneração dos empregados da indústria foi de 2,5%.

“Hoje o Brasil beneficia mais o empregado chinês e coreano do que o empregado brasileiro com essa política econômica que não contempla o setor produtivo industrial. Pune a indústria brasileira e beneficia os produtos estrangeiros. Isso é preocupante”, avalia o parlamentar, ao destacar que os trabalhadores são sempre os mais prejudicados. “O trabalhador só perde com isso, pois cada indústria é um patrimônio nacional, seja ela a menor que for”, disse.  

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara/ Áudio: Hélio Ricardo)

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11 outubro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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