Mais responsabilidade

Deputados questionam contratação de profissionais sem revalidação no Mais Médicos

O líder da Minoria na Câmara, Nilson Leitão (MT), questionou a contratação de profissionais pelo programa Mais Médicos sem a revalidação do diploma. Ele falou durante a votação da matéria em Plenário, nesta terça-feira (8). Segundo Leitão, o governo federal deve cobrar dos participantes a comprovação da qualificação. “Ele vai para o interior trabalhar sem precisar de nenhum tipo de verificação da qualidade técnica. Enquanto isso, um brasileiro que estudou na Bolívia e tenta fazer residência no Brasil, não pode. Mas se estiver no Mais Médicos, pode”, destacou.

Segundo ele, existe uma discrepância no tratamento de brasileiros e estrangeiros. Os brasileiros que se formam após cinco ou seis anos no exterior não conseguem entrar na residência, mas os cubanos podem atender como médicos sem passar por exame. “Não é ser contra ou a favor. É um assunto que deve ser debatido com um pouco mais de profundidade, de responsabilidade”, observou. A votação continuava em aberto até as 21h30 desta terça.

Para Rodrigo de Castro (MG), a medida é bem-vinda, mas está longe de resolver os problemas da saúde. “O que assistimos hoje é a falta de sensibilidade da presidente Dilma em relação às crises nos hospitais e nas santas casas em todo o país”, afirmou. De acordo com o tucano, a saúde enfrenta a falta de recursos enquanto o governo federal continua com o desperdício.

César Colnago (ES) lembra que é possível gerar um acréscimo de R$ 48 bilhões para o setor, além dos R$ 81 bilhões gastos atualmente. “A saúde tem que ser vista no seu contexto de programa, de investimento, de equipe, e não apenas do Mais Médicos. Nós somos a favor de que venham médicos, mas não na forma proposta pelo governo federal”, completou.

(Da Redação/ Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)