Proteção de dados


Azeredo cobra mais investimentos do governo brasileiro na segurança cibernética

10058318724_b902b6f329_bO deputado Eduardo Azeredo (MG) criticou o atraso do governo brasileiro na questão da segurança cibernética. O parlamentar fez a crítica durante audiência pública nesta quarta-feira (2) que tratou do tema. A insegurança cibernética é cada vez maior no Brasil, o que faz aumentar a vulnerabilidade. O debate foi promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

Na visão do parlamentar, ficou claro que o Brasil está muito atrasado na proteção dos dados de pessoas. Conforme lembrou, o governo investiu neste ano apenas R$ 14 milhões dos R$ 90 milhões previstos na política de defesa cibernética, comandada pelo Exército Brasileiro, e que serviria para prevenir espionagens e ataques de hackers conta os sistemas.

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“É um número ridículo. O número de projetos em desenvolvimento também é pequeno. O governo Dilma sempre deixou o assunto para segundo plano”, reprovou. “O governo investe pouco. É preciso que providências sejam tomadas”, cobrou.

Presente no debate, o diretor da Safernet Brasil, Thiago Tavares, demonstrou preocupação com a vulnerabilidade cibernética. Ele considera fundamental construir um satélite, mas ressalta a importância de equipamentos para rotear o equipamento. “Não adianta cuidar só da infraestrutura. São várias camadas que devem ser consideradas quando se pensa em um plano de segurança da informação. É preciso ter um modelo integrado para pensar em um plano de ação para a segurança cibernética”, disse.

Como medidas para proteger os dados dos brasileiros, Tavares defende algumas propostas. Entre elas, a criação de um observatório permanente das políticas de defesa e segurança cibernética; de uma instância civil para coordenar as instituições públicas e privadas envolvidas com inteligência; a elaboração do planejamento estratégico de Estado focado em processos transversais, metas, indicadores e transparência; e investimento a longo prazo em pesquisa e desenvolvimento e em ciência e tecnologia para suprir uma das principais carências, que é o pessoal.

“É preciso formar quadros no Brasil para atuar nessa área”, defendeu. Tavares disse ainda que não há delegacias especializadas no âmbito da superintendência da Polícia Federal para cuidar da segurança cibernética.

Azeredo ressaltou que a disposição anunciada de acrescentar no marco civil a obrigatoriedade de armazenamento de dados de brasileiros no país não dará resultado do ponto de vista da segurança. O próprio diretor da Safernet colocou com clareza que não vê como isso pode trazer mais segurança.

O chefe do Centro de Defesa Cibernética do Comando do Exército, general de divisão José Carlos dos Santos, avalia que recursos humanos capacitados são estratégicos para o desenvolvimento tecnológico. Segundo informou, há grande carência de profissionais no setor para a implantação de segurança de informação. “Com a universalização da informação se fez necessário aumentar a mão de obra em pesquisa e desenvolvimento”, completou. O diretor do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações da Agência Brasileira de Inteligência, Otávio Carlos Cunha da Silva, também participou da audiência.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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2 outubro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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