Retrocesso


Analfabetismo e desigualdade estagnados comprovam que políticas do PT se esgotaram, dizem parlamentares

Na avaliação do deputado Eduardo Barbosa (MG), um dos coordenadores do Núcleo de Políticas Sociais do PSDB, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012 comprovam que as políticas sociais do governo federal se esgotaram e não geram a qualidade de vida defendida pela gestão petista. Um dos itens críticos é a educação: a taxa de analfabetismo a partir de 15 anos é de 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de pessoas. Em 2011, essa taxa foi de 8,6% e o contingente era de 12,9 milhões de brasileiros.

Moradores viajam em caminhão pau-de-arara em Caraúbas do Piauí, uma das 20 cidades com maior índice de pobreza do país.

Moradores viajam em caminhão pau-de-arara em Caraúbas do Piauí, uma das 20 cidades com maior índice de pobreza.

“Percebemos claramente que nesse período não houve ampliação de qualidade de vida das pessoas beneficiadas com transferência de renda. Se por um lado garantiu algum tipo de subsídio de renda, isso não gerou mudança significativa”, contestou Barbosa.

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Em artigo publicado nesta segunda-feira (30) na “Folha de S.Paulo”, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), aponta que 1% dos brasileiros com rendimentos mais elevados ganham 87 vezes mais do que os 10% com ganhos menores. Em 2011, a diferença era de 84 vezes, destacou o parlamentar. O senador afirma ainda que os dados do analfabetismo surpreenderam o país, mostrando que o governo vem menosprezando a mais poderosa alavanca de transformação social: a educação.

Para Barbosa, a estagnação dos índices de desigualdade e analfabetismo representa um risco gravíssimo e comprova que a política social do governo petista não provoca mais mudanças significativas. “Perpetua então uma condição miserável em que você não consegue transpor a miséria, se de fato não muda as condições de comportamento e de reação com o mundo. Estamos extremamente decepcionados com esses números. Foi tudo ilusório, nada consistente”, criticou.

Dos 13,2 milhões de analfabetos, a maioria está mora no Nordeste. A região concentra mais da metade desse grupo. O Brasil firmou com a Organização das Nações Unidas (ONU) acordo para reduzir a proporção de analfabetos para 6,7% da população até 2015, mas os números indicam que a meta dificilmente será alcançada.

Ainda de acordo com o artigo do senador, em 1990, quando o governo tucano implantou os programas de transferência de renda, o objetivo era dar um ponto de partida para conquistar as políticas importantes e definitivas para as famílias cadastradas. Já o PT, ao assumir o governo, fez das iniciativas um ponto de chegada, contentando-se em administrar a pobreza, sem investir na superação.

Barbosa alerta para a postura do governo, que afasta a sociedade da independência. “Vemos que as pessoas continuam com as mesmas condições, e por isso temos uma repercussão muito grande da violência, de uma sociedade com medo de tudo. Sem educação a transferência de renda não traz mudança estruturante”, finalizou.

Números:

13,2 milhões
É a quantidade de analfabetos no Brasil, o que representa 8,7% da população acima de 15 anos.

7,5 anos
É a média de escolaridade nacional, uma das mais baixas da América Latina.

1%
Da população fatura 87 vezes mais que os cidadãos mais pobres.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Valter Campanato/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

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30 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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