Dinheiro não sai do caixa


Azeredo questiona ministra do Planejamento sobre baixo investimento nas Forças Armadas

9940729965_efe2e9344b_bDurante audiência pública conjunta das comissões Mista de Orçamento e de Relações Exteriores, o deputado Eduardo Azeredo (MG) questionou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, sobre temas de responsabilidade da pasta. A ministra participou de debate nesta quarta-feira (25) sobre a proposta orçamentária de 2014, o contingenciamento de R$ 28 bilhões no Orçamento de 2013 e a situação dos restos a pagar de 2012.

Na ocasião, Azeredo questionou a titular sobre a execução orçamentária das Forças Armadas. O tucano apresentou requerimento em 2011 convidando Belchior a participar de audiência para tratar do tema, mas só agora ela compareceu. Conforme lembrou o parlamentar, as Forças Armadas já estavam sucateadas naquela época e até hoje nada mudou.

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“Há informações de que dois terços dos aviões da FAB estão em solo por problemas de manutenção. Aumentou o orçamento, mas o que foi pago caiu muito. Há dados mostrando que em 2000 o desembolso era de 71%; em 2001 foi de 70%. Ano passado, apenas 51% foram pagos para todas as unidades do Ministério da Defesa”, informou.

O deputado lamenta o baixo investimento nas Forças Armadas. Conforme completou, o Exército foi o que menos recebeu recursos. Ano passado, por exemplo, apenas 41% do orçamento foram aplicados. Diante disso, ele ressalta a necessidade de uma nova suplementação para o programa de combustível de aviação em torno de R$ 500 milhões neste ano. Já na Marinha, seriam necessários R$ 200 milhões. “Ou seja, as três forças são fundamentais. Todos reconhecem a importância da Defesa Nacional, a importância de reaparelharmos as três forças.”

Azeredo alertou para a necessidade de ampliar a capacidade de investimento na saúde. Segundo o deputado, trazer médicos estrangeiros não resolve o problema do setor. “As prefeituras gastam hoje 30% do orçamento com a saúde. Depois de 11 anos dizer que a solução é trazer médicos estrangeiros? Isso é a confissão de que não conseguiram fazer mais”, observou.

O deputado mineiro alertou ainda para o problema da defesa cibernética. Ontem a presidente pediu a regulação da internet. Segundo lembrou, o centro de defesa cibernética do Exército tem no orçamento R$ 90 milhões – o que o tucano considera ridículo – e apenas 15 milhões foram desembolsados. “Como o Brasil pode se encher dessa soberania se não investe na defesa cibernética? O nosso satélite, as obras estão paralisadas em Alcântara (MA)”, disse, ao enfatizar que o Brasil precisa saber se defender e investir nessa área.

Durante o debate, a ministra mostrou um cenário bem positivo da situação das contas públicas no país. De acordo com ela, o governo está trabalhando para conter a inflação. Disse ainda que as despesas estão em queda mesmo com o aumento do número de servidores na administração federal. “Os gastos de custeio estão dentro do limite do que o governo é capaz de gastar. A prioridade do governo são os investimentos e as políticas sociais”, completou. Em seguida, a ministra disse ainda que o crescimento do PIB para o ano que vem é de 4%. Toda a exposição vai na contramão da realidade.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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25 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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