Reflexo negativo


"Pibão grandão" de Dilma ficou para a próxima: Planalto já admite crescimento menor em 2013

A redução, pelo governo, da projeção de crescimento da economia para 2013 é apenas uma demonstração de que não dá mais para esconder a realidade. O Planalto acabou tendo que reduzir sua expectativa em relação à expansão do Produto Interno Bruto (PIB): passou de 3% para 2,5%, ainda um pouco acima dos 2,4% que o mercado estima, como aponta o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (23). Para os deputados César Colnago (ES) e Domingos Sávio (MG), os maus resultados da economia refletem uma gestão que também vai mal.

 “O governo tem uma carga tributária altíssima, uma arrecadação que bate recordes atrás de recordes, e aumentou seu gasto sem nenhuma preocupação de poupar e investir para que, em momento de dificuldade econômica, o Estado pudesse ajudar nos arranjos produtivos, como em infraestrutura”, destaca Colnago. Para ele, o país perdeu oportunidades e começa agora a pagar o preço por isso.

Play

 “O governo ficou iludindo a população e se iludindo anunciando algo que não tinha nenhuma base”, afirma o tucano. Em dezembro de 2012, ano no qual amargou o pífio crescimento de 0,9% do PIB, Dilma afirmou: “Quero pibão grandão em 2013”. Em 30 de janeiro deste ano, o ministro Guido Mantega disse, em encontro com os novos prefeitos, que o Brasil cresceria entre 3% e 4% (foto). Até poucos dias atrás eram recorrentes as críticas do Planalto e da Fazenda às projeções de mercado que indicavam avanço tímido.

“O que se tem hoje é um processo de perda de competitividade, logística cara e infraestrutura completamente aquém da necessidade do país. É uma realidade que inclui desindustrialização e uma grande desagregação de valor aos nossos produtos. Se não fossem a área agrícola e as commodities, a situação estaria ainda pior”, ressalta Colnago. O deputado afirma que o descontrole dos gastos públicos e a consequente inflação batendo o teto da meta são exemplos de que o cenário não é bom. “Temos um processo inflacionário que nos coloca perto do descontrole. É o pior dos mundos para os brasileiros”, lamenta.

Para se ter uma ideia da péssima situação dos investimentos, basta observar os números do PAC, principal programa na área de infraestrutura do governo. Neste ano, até o dia 16 de setembro, apenas 13,2% da dotação autorizada para o programa foram efetivamente pagos. Desde 2007, ano em que foi criada, a iniciativa acumula restos a pagar e obras em atraso com problemas das mais diversas ordens.

Para Domingos Sávio, a mentira e a publicidade enganosa tornaram-se marcas da gestão do PT. “Mas não dá para enganar com a matemática. E os números da economia refletem a vida real”, afirma.

“O país é penalizado com um governo irresponsável que não se compromete com a gestão pública e não tem seriedade nas decisões. Como consequência disso, perdemos competitividade. O governo continua interferindo na economia de forma desastrosa. Agora é no sentindo de forçar a queda do dólar, mas com isso emperram as exportações e o país se torna mais uma vez dependente de importações em pleno processo de desindustrialização”, pontua.

Nem mesmo o plano de concessões do governo dá resultados. O mercado não tem confiança e o Planalto parece não saber o que quer em relação ao repasse de estradas, portos e aeroportos à iniciativa privada. “Temos um governo medíocre que só faz populismo e demagogia, governa mal e a consequência é que o país também vai mal na economia”, critica Sávio.

Em artigo, o deputado Marcus Pestana (MG) afirma que “os anos Dilma representam uma ruptura em relação à cultura instalada. Diante da grave crise internacional, aflorou um intervencionismo ativo e desorganizador. Expansionismo fiscal mascarado pelos malabarismos da ‘contabilidade criativa’. Desonerações pontuais ao invés de uma verdadeira reforma tributária e fiscal. Agressiva política de crédito subsidiado pelo BNDES, na chamada escolha de ‘campeões globais’, como Eike Batista. E a voluntariosa política para o setor elétrico, desarrumando um segmento estratégico que funcionava bem”.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Elza Fiúza/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
23 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *