Reestruturar o setor

Audiência sugerida por Izalci debate recomposição dos quadros da carreira de ciência e tecnologia

As comissões de Ciência e Tecnologia e de Trabalho realizaram nesta quinta-feira (19) audiência pública conjunta para debater a recomposição dos quadros das instituições de ciência e tecnologia. O encontro foi proposto pelo deputado Izalci (DF), presidente da Frente Parlamentar da Ciência e Tecnologia.

A Frente tem realizado diversos debates para colher subsídios na implantação do Código Nacional da Ciência e Tecnologia. O conjunto de regras tem como objetivo estimular e acelerar o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica do país e destravar os entraves burocráticos que dificultam o desenvolvimento.

“Nós estamos fazendo um esforço sobre-humano para fazer uma grande revolução na Ciência, Tecnologia e Inovação. Fizemos audiências públicas no Brasil todo. Uma pauta que não é do governo e nem de oposição, mas de interesse da sociedade”, defendeu. 

A carreira de ciência e tecnologia está presente em sete ministérios, na Secretaria de Assuntos Estratégicos, em 19 órgãos e instituições do Poder Executivo.  O representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) informou que, dos 650 funcionários da instituição, 100 estão em idade para se aposentar.

Para Izalci a questão dos recursos humanos não está tendo o devido apoio do governo federal. “É grave. Infelizmente não sei se o Executivo está caminhando com a gente. Há uma falta de sintonia entre o discurso e a prática. Já perdemos os fundos do petróleo, de quase um R$ 1,8 bilhão, um prejuízo danado. Eu não vejo ninguém falando em repor isso”, ressaltou.

O tucano lembrou que o convite para a audiência se estendia à ministra do Planejamento por se tratar de um assunto que diz respeito à pasta, mas a mesma não compareceu. “É realmente quem resolve o problema. Nada vai andar sem o ministério do Planejamento. Já pedi para a minha assessoria que prepare um requerimento de convocação porque assim talvez a gente consiga a presença do ministério”, lamentou. 

Garantir o futuro das novas gerações

O programa Ciência sem Fronteiras tem o objetivo de promover a internacionalização da ciência, tecnologia e inovação brasileiras e investir nos talentos acadêmicos. No entanto, Izalci diz que o governo está comprometendo os recursos não cumprindo com as demandas do setor. “Até parece que estão aguardando também para trazer novos pesquisadores, daqui a pouco devem trazer os cubanos para preencher essas vagas que todo mundo sabe que estão faltando. Há 10 anos faltam engenheiros, médicos e pesquisadores. Não se vê uma sinalização concreta, só discurso”, criticou.

Izalci lembrou que apresentou emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) proibindo o contingenciamento de recursos nas áreas de pesquisa tecnológica para a defesa nacional. “Não tenho ainda nenhuma garantia de que essa emenda será aprovada, e eu quero aqui mais uma vez pedir o apoio dos parlamentares e das instituições representativas da área para pressionar, não deixar de aprovar”, concluiu. 

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados/ Áudio: Elyvio Blower)