Balança em declínio


Em audiência com presidente do Banco Central, deputados cobram medidas efetivas para economia

Em audiência nesta quarta-feira (18) com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, os deputados Domingos Sávio (MG) e Alfredo Kaefer (PR) levantaram questões importantes sobre a condução da economia e demonstraram preocupação com o futuro do país. O dirigente da instituição demonstrou confiança em relação aos rumos tomados para conter a inflação e a alta do dólar, alguns dos principais temores dos parlamentares. No entanto, os tucanos acreditam que a percepção social é uma das principais provas de que não está tudo tão bem como afirma Tombini.

“Às vezes o mundo real não consegue compreender a linguagem técnica, mas é ele que deve pautar as nossas vidas”, alertou Sávio. “Certos fatores estão impactando de forma direta a vida dos cidadãos e devemos nos atentar a isso”, completou.

O tucano lembrou que há anos a balança comercial brasileira está em declínio. Segundo ele, as relações comerciais do país estão sustentadas por commodities e o desastre seria monumental com a exclusão desses produtos. Outro fator que não pode ser ignorado, para Sávio, é a perda de espaço da indústria na participação no PIB. Está hoje em volta dos 13%, quando já ocupou o dobro. “Tem que se trabalhar para que nossa indústria volte a crescer e fique competitiva”, cobrou o deputado.

O tucano disse ainda que a economia precisa ter sustentabilidade. Segundo ele, pouco adianta tomar medidas pontuais, como faz o governo federal. "Uma política econômica para ser sólida tem que ser sustentável. Vamos partir sempre do princípio de ter que vender dólar com uma balança comercial negativa, tendo uma indústria não competitiva? Será que esse o remédio? Há sustentabilidade nisso?”, questionou.

Tombini afirmou que vê a economia brasileira como sustentável e disse que as ações do BC para segurar o dólar têm surtido efeito. Já em relação à inflação, reconheceu que ainda esteja em níveis “desconfortáveis”, mas já apresenta tendência de declínio após o pico de junho, quando chegou a 6,7% em 12 meses, ultrapassando o teto da meta do governo.

Kaefer contesta algumas das ações do governo. Para ele, a impressão que se tem é de que o único instrumento existente para o controle da inflação é por meio da taxa de juros. “Sou crítico em dizer que deveríamos combater a inflação não por política monetária, mas sim por política fiscal”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados/ Áudio: Elyvio Blower)

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18 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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