Falhas no sistema


Apagões escancaram fragilidade da administração do setor elétrico, alerta Imbassahy

Durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia, o deputado Antonio Imbassahy (BA) demonstrou insatisfação com a forma que o setor elétrico brasileiro está sendo administrado. O último apagão, em agosto, atingiu nove estados do Nordeste e mostrou que o sistema continua falho.

Segundo o tucano, durante o governo Dilma Rousseff houve 10 apagões, a maioria prejudicando o Nordeste. “A média é de um apagão por trimestre, o que revela que o sistema está mal gerenciado. Não é razoável que tenhamos um nível tão elevado de apagões em um curto período de governo”, completou nesta quarta-feira (11).

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O parlamentar lamenta o fato de a administração ter deficiências graves, o que faz com que o setor fique cada vez mais vulnerável. Na sua opinião, não adianta o governo fazer reuniões e não resolver o problema. Para mudar o cenário, Imbassahy defende medidas administrativas, gerenciamento das obras, qualidade da manutenção e ainda providências na revisão do procedimento de operação.

“O governo tem que reconhecer que está falhando e não está tendo competência para fazer a administração compatível com a importância de um setor como esse. Espero que o  governo corrija as falhas. Infelizmente a sensação é que daqui a três meses acontecerá outro apagão. Essa tem sido a história da presidente Dilma: a cada três meses um grande apagão”, lamentou.

Durante o debate, técnicos do setor mostraram um quadro bem positivo, diferente da realidade que o país vive com a questão. O diretor-geral interino da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Donizete Rufino, por exemplo, disse que a agência vem cumprindo seu papel fiscalizando. Disse ainda que houve melhoria no sistema de proteção. Já o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, considera o sistema robusto.

Para Imbassahy, as autoridades mostraram um mar de rosas, uma fantasia que não corresponde com a realidade. “A fantasia da propaganda, de coisas que não estão compatíveis com a realidade. O governo tem que aparecer e corrigir as falhas. Deve ter consciência e dizer onde falhou para que a população volte a confiar. A cada apagão um departamento de justificativa explica  aquilo que não é possível justificar. Queremos seriedade e ações efetivas”, cobrou.

Na ocasião, o deputado manifestou inconformismo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Jorge Chipp. O tucano contestou o diretor por ter enfatizado o tempo de restabelecimento do sistema, quando deveria, na sua visão, ter dado ênfase à proteção do sistema. “A ênfase deveria ser dada à proteção do sistema, à não propagação de um defeito que aconteceu em um determinado ponto do setor. Tivemos um defeito e deveríamos ter conseguido isolá-lo rapidamente.”

→ Em 28 de agosto, duas linhas de transmissão de energia elétrica, que fazem a interligação entre o Norte e o Nordeste, foram desligadas, o que causou a interrupção total de energia por quase quatro horas nos estados do Nordeste, exceto no Maranhão, onde foi parcial.

→ A causa apontada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) foi a ocorrência de uma queimada em uma fazenda no município de Canto do Buriti (PI). As linhas desligadas pertencem às concessionárias Interligação Elétrica Norte e Nordeste S.A. (Ienne) e Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa).

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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11 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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