Mais Médicos

Parlamentares pedem política nacional para melhorar saúde pública

Os deputados Nilson Pinto (PA) e César Colnago (ES) reforçaram, durante audiência pública na Comissão Mista sobre a MP do Programa Mais Médicos, que são favoráveis à vinda de profissionais estrangeiros, mas questionam as condições oferecidas. A questão, segundo eles, é que saúde não se faz apenas com médicos. É preciso descentralizar as universidades de medicina, valorizar a carreira do profissional que trabalha na rede pública e adotar uma política de financiamento para estruturar o setor.

Para Nilson Pinto, o governo federal precisa estabelecer parceria com as universidades estaduais e trabalhar de maneira acoplada com os hospitais, além de levar as instituições de ensino para o interior. Segundo o tucano, assim o formando pode fixar residência na região, evitando o êxodo para os grandes centros. “Quem estuda num curso de medicina em cidade do interior do Brasil com boa qualidade, depois de seis anos de formação ele fica lá mesmo. Há a necessidade de interiorizar a formação médica e para isso não se pode delegar a tarefa apenas para as faculdades privadas”, afirmou.

César Colnago acredita que saúde não se resolve apenas com médicos. De acordo com ele, pois no Brasil se formam 17 mil profissionais por ano. Para ele, o problema é de gestão por parte do governo federal. “O que falta é uma política nacional como o financiamento da saúde, que o governo impediu na regulamentação da Emenda 29. Carreiras públicas que estruturem não só a dos médicos, mas que as pessoas tenham condições de passar pelo interior e a partir daí criar condições de infraestrutura de tecnologia , equipamentos, exames e de condições de equipes para resolver o básico. Fazendo o básico, resolvemos 80% dos problemas brasileiros”, ressaltou.

Na próxima semana, a Comissão Mista realiza a última audiência, depois apresenta o relatório sobre o programa Mais Médicos.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados/ Áudio: Elyvio Blower)