Entrevista especial


Azeredo defende mais recursos da União para a saúde e critica descaso do governo petista com o setor

 

O deputado Eduardo Azeredo (MG) criticou o governo federal pelo descaso com a saúde pública do país e defendeu o projeto que destina 10% da receita corrente bruta da União para o setor. Os recursos adicionais ajudariam a melhorar o atendimento no SUS, beneficando milhões de brasileiros. No entanto, a gestão Dilma Rousseff não dá a devida importância ao tema.  “Os dados referentes à participação do governo nas despesas gerais de saúde são declinantes e mostram que o PT não tem priorizado o setor”, lamentou.
O Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública entregou em agosto à presidência da Câmara essa proposta de iniciativa popular que aumentaria os recursos para o SUS. Foram mais de 800 mil assinaturas de apoio. Segundo Azeredo, a luta pela defesa da melhoria no financiamento é uma tentativa de resgatar a importância da saúde, colocada em 2º plano pelas gestões petistas.
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“As pesquisas mostram que o setor é apontado como o maior problemático pelos brasileiros”, explicou, ao lembrar que o incremento dos recursos pode contribuir para melhorar a qualidade do SUS. “Já que a presidente foi contra a Emenda 29, vamos agora com o movimento popular insistir nos 10%”, apontou, ao se referir ao texto que vincula recursos orçamentários a sere, destinados à saúde pelas três esferas de governo (União, estados e municípios).
Em relação ao “Mais Médicos”, lançado recentemente pelo Planalto, Azeredo foi enfático: “O programa é apenas o reconhecimento de que o PT não conseguiu melhorar a saúde. Tanto que tiveram que apelar para um programa para trazer médicos estrangeiros.”
Além de resistir a proporcionar financiamento mais adequado para a saúde, o governo Dilma descumpre promessas feitas na campanha em 2010.  Das 500 Unidades de Pronto Atendimento (Upas), foram entregues apenas 12. No caso das 8.600 Unidades Básicas de Saúde, a gestão petista só terminou 434. O desempenho pífio se repete em outras áreas. 
Tucano alerta para abandono da infraestrutura brasileira
Eduardo Azeredo alertou ainda para a falta de cuidado com infraestrutura brasileira. Rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e meios de transporte de massa sofrem com a falta de investimento, provocando transtornos para a população e prejudicando a competitividade e o crescimento econômico do país. Na visão do tucano, o presente e o futuro do Brasil estão pagando caro por causa desse descaso. “O governo prometeu várias vezes que daria prioridade ao setor, mas na prática não é isso que se vê”, ressaltou.
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No caso das rodovias, o deputado classificou a situação como crítica. Ele citou o caso de duas estradas de MG – as BRs 381 e 040, ambas abandonadas pelo governo federal, que foi incapaz de fazer a tão necessária duplicação. “São rodovias bastante perigosas. Além de não fazer a obra, tem ainda a indecisão em relação à privatização. O PT não deixa os projetos caminharem. O processo de privatização é muito lento e o governo fica devendo ao Brasil uma solução.”
Em relação à mobilidade urbana, o tucano destaca o crescimento das cidades, mas critica a falta de planejamento em relação ao transporte de massa. Belo Horizonte, por exemplo, há 11 anos não tem um metro a mais de metrô, disse. Na sua opinião, a gestão petista falha muito também nesse setor.
Para deputado, trapalhadas marcam diplomacia brasileira
Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Azeredo considera que a politica de relações exteriores do governo é repleta de trapalhadas. Segundo o tucano, a última  delas foi a ausência de uma resposta à altura da diplomacia brasileira para resolver a situação do senador boliviano Roger Pinto, que estava há 452 dias na Embaixada do Brasil em La Paz em péssimas condições.
Segundo o tucano, Dilma aceitou pressões do presidente boliviano, que já desrespeitou o Brasil ao invadir refinarias da Petrobras. “Temos vários exemplos dessa política errática. Um dos motivos é o comando duplo. Além do ministro, existe um assessor da Presidência que tem uma posição muito mais partidária do que de nação. Com isso, ele atrapalha o titular da pasta”, alertou.
Desgastado com a operação de transferência de Roger, Antonio Patriota perdeu o cargo e foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado. Azeredo espera que o novo ministro tenha   independência para seguir o que aprendeu no Itamaraty, e não para seguir o que o PT quer.
O Brasil havia concedido asilo diplomático a Roger, mas o governo Evo Morales recusava-se a conceder um salvo conduto para que ele deixasse a Bolívia.
(Reportagem: Letícia Bogéa e Marcos Côrtes/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)
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6 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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