Peça de marketing


Programa Mais Médicos virou peça eleitoral da gestão petista, criticam tucanos após comissão geral

Deputados do PSDB defendem a adoção de critérios e regras para a contratação de médicos estrangeiros pelo governo federal. Eles participaram nesta quarta-feira (4) de comissão geral no plenário da Câmara com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para debater o programa Mais Médicos. Os tucanos cobram principalmente a submissão dos candidatos ao Revalida, exame que atesta os conhecimentos do profissional.

Para Marcus Pestana (MG), o programa virou uma ferramenta eleitoral do governo petista. Segundo ele, a maneira utilizada pelo governo para trazer os estrangeiros é ilegal. “A forma atabalhoada com que o governo o fez, atropelando a legislação trabalhista, a Constituição e o Congresso Nacional, é absurda. A questão dos cubanos é uma situação absolutamente atípica, sem vínculo profissional existente na nossa legislação”, afirmou.

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De acordo com Walter Feldman (SP), o PT teve mais de 10 anos para melhorar o Sistema Único de Saúde. “É muito difícil você não comprar esse programa a nada mais do que um Band-aid, um reparo, um esparadrapo. Algo inclusive que não tem legitimidade do ponto de vista jurídico e nem respeito aos direitos trabalhistas”, observou.

O deputado Domingos Sávio (MG) frisou que a medida não passa de uma peça de marketing para esvaziar o clamor das ruas, que pediu melhorias na saúde. “O governo, em vez de enfrentar o problema, aumentar o valor da tabela do SUS e investir mais em saúde, faz desse programa uma plataforma de campanha. O PT está misturando saúde pública com campanha eleitoral”, argumentou.

Para Izalci (DF), tudo não passa de manobra eleitoral. “E mesmo fiz uma audiência pública em maio e saiu na imprensa que o ministro das Relações Exteriores já tinha a previsão de trazer seis mil médicos. Ficou muito claro que a posição do PT, foi feita sem convocar os reitores das universidades, sem discutir com a sociedade”, ressaltou.

Ninguém é contra a vinda de médicos, mas é preciso estabelecer regras, cobra Vanderlei Macris (SP). “Foi dito muito claramente nas reclamações feitas pelas entidades médicas que não há estrutura para que os médicos brasileiros possam trabalhar. Precisam garantir a qualidade do atendimento médico por parte daqueles que estão chegando”, completou. Na avaliação do tucano, o acordo foi um bom negócio para Cuba. Enquanto o governo federal paga R$ 10 mil por médico, o governo cubano deve repassar cerca de 200 dólares ao mês.

Para William Dib (SP), as condições criadas pelo Planalto podem gerar futuros problemas trabalhistas. “No mínimo é uma condição falsa que os médicos do programa não precisam ter vínculo empregatício porque são bolsistas e receberão aprendizado. Eles vieram aqui para trabalhar ou estudar? Difícil imaginar que isso pode ser possível”, argumentou.

Já o líder da Minora na Câmara, Nilson Leitão (MT), o governo usa de má-fé ao fingir resolver o problema da saúde quando já está pensando nas eleições. “Ficou muito claro que o governo federal trabalha com os olhos totalmente focados em 2014. É muito mais um programa midiático do que algo que dará solução para esse caos que é a saúde brasileira”, contestou.

Para o deputado Eduardo Azeredo (MG), o Mais Médicos atesta a incompetência do governo petista. O tucano diz que esses médicos precisam ser testados. “É um reconhecimento do fracasso, da ineficiência do PT na área da saúde. Depois de 11 anos precisar da solidariedade dos médicos cubanos é porque o PT não conseguiu soluções efetivas”, frisou.

Dos 682 médicos estrangeiros que chegaram no Brasil na semana passada, 400 são cubanos. Eles devem atuar em 454 municípios brasileiros. O ministro Alexandre Padilha disse que 700 municípios não têm nenhum médico. O programa Mais Médicos ainda precisa ser aprovado pelos deputados e senadores para que vire lei.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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4 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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