Falta de transparência


Deputados criticam omissão de ministra dos Direitos Humanos em assuntos de repercussão nacional

Quando surgiram os boatos sobre o fim do Bolsa Família, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, foi uma das primeiras a se manifestar, acusando a oposição sem provas. Na semana passada, ela deu opinião até sobre o massacre na Síria. Curiosamente, a ministra se calou sobre dois episódios de grande relevância nacional: a vinda ao Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina e a prisão de um ex-assessor da Casa Civil por abuso de menores.

“Agora nós temos um novo problema em que ela se omite: a questão do ex-assessor da Casa Civil preso por assédio a menores, e isso traz um questionamento. Num momento ela acusa irresponsavelmente a oposição, e no segundo ela se omite em um caso claro de direitos humanos”, destacou o deputado Eduardo Azeredo (MG).

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Em relação à omissão relatada pelo parlamentar, trata-se do caso de Eduardo Gaievski, preso no sábado (31) no Paraná, denunciado pelo Ministério Público sob acusação de estupro de vulnerável e favorecimento de prostituição na época em que era prefeito, entre 2005 e 2012, da cidade de Realeza (PR) pelo PT.

Maria do Rosário, que tem o ato de atacar os adversários, ainda não se manifestou sobre o caso do senador boliviano, que passou quase 15 meses asilado na embaixada do Brasil em La Paz. Com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, ele conseguiu sair da Bolívia de carro. “Aí nós vemos uma omissão da Secretaria de Direitos Humanos, que não se pronuncia e permitiu que uma pessoa asilada na embaixada do Brasil ficasse meses sem um posicionamento”, disse o deputado.

Na avaliação do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), os fatos atestam a irresponsabilidade e falta de seriedade do governo petista com a ética. Ainda em relação ao Bolsa Família, o tucano acredita que a presidente deveria ter tomado

medidas mais sérias. “Ela deveria ter demitido a ministra por não dizer a verdade e o gerente da Caixa Econômica pelo malefício que fez. Vemos a indiferença quando a companheirada do PT pisa na bola”, comentou.

Como lembrou Azeredo, na história do Bolsa Família ficou comprovado alguns dias depois que a falha foi do próprio governo federal. “No final das contas se viu que era um problema da Caixa Econômica Federal que não fez as devidas comunicações”, afirmou.

Gomes de Matos lembrou que quando a ministra era deputada, defendia os direitos da criança e cobrava ações do governo. Hoje, segundo ele, age ao contrário. “Quando ela sentou na cadeira de ministra, esqueceu tudo que disse e defendia. Para defender justamente os integrantes do governo que não têm compromisso com a seriedade e com as leis brasileiras”, concluiu.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Elza Fiuza/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

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2 setembro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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