Gasta demais por não ter nada a dizer, por Carlos Roberto


Reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S.Paulo" da semana passada revela que os gastos com propaganda do governo federal nos dois primeiros anos da gestão de Dilma Rousseff, incluindo estatais, é 23% maior, na média, do que nos oito anos de mandato de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva. Em números absolutos, são valores astronômicos nunca antes vistos na história desse país.

Nestes dez anos de PT, o governo federal gastou R$ 16 bilhões em propaganda. É quase o mesmo valor que Dilma anuncia para o discutível programa Mais Médicos – a menina dos olhos do Planalto pós-manifestações de rua – até 2014. Ou seja, é dinheiro do contribuinte sendo usado para fazer propaganda de uma gestão que não agrada. É uma tentativa desesperada de quem busca se manter no poder a qualquer custo. Neste caso, um custo astronômico pago pelo próprio povo.
 
Os petistas adoram criticar os governos do PSDB, principalmente o de São Paulo, em relação ao que dizem ser pequenos investimentos em mobilidade urbana. A dinheirama gasta pelo PT em autopromoção seria suficiente para construir entre 25 km e 30 km de metrô em São Paulo. Se fizessem mais e alardeassem menos, ajudariam a construir até cinco monotrilhos iguais ao que ligará o Jabaquara ao Morumbi, na zona sul, passando pelo aeroporto de Congonhas.
 
O abuso do poder econômico por parte da administração de Dilma gera algumas aberrações que colocam em xeque até o respeito a artistas famosos, que vendem suas imagens para promover programas do governo. A atriz e apresentadora Regina Casé, escolhida pela Caixa Econômica Federal para protagonizar a divulgação do “Minha Casa Melhor”, outro programa eleitoreiro do PT, é a segunda personalidade que mais apareceu em publicidades da TV no Brasil no mês passado. Perdeu apenas para o craque Neymar, garoto-propaganda de diversas empresas da iniciativa privada.
 
A mesma Caixa, inclusive, como se precisasse de tanta promoção, aparece nas camisas de dezenas de clubes brasileiros, como patrocinadora principal, a troco de contratos milionários. O BNDES, que peca por deixar de lado seu papel de fomentador de novos investimentos, vem anunciando pesadamente em portais de internet e em propagandas de TV, divulgando seu cartão, algo completamente dirigido às empresas. Já o Banco do Brasil, o campeão em gastos com propaganda de 2010 a 2012, não divulgou quanto gastou nos oito anos anteriores. Nestes últimos três anos, o banco estatal gastou R$ 962,3 milhões com publicidade, média anual de R$ 320,7 milhões.
 
Esses são números estarrecedores que só confirmam a ânsia petista de perpetuação no poder. De forma lamentável, o Brasil é obrigado a conviver com essa lenga-lenga e assistir, todo dia, um desgoverno que gasta demais por não ter nada a dizer.
 
(*) Carlos Roberto é deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento das políticas de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES, e industrial. (Foto: Alexssandro Loyola)
 
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20 agosto, 2013 Artigosblog Sem commentários »

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