Níveis de crise


Falta de confiança na economia brasileira é consequência da política equivocada do governo petista

A falta de credibilidade de consumidores e empresários na economia brasileira é resultado da política equivocada adotada pelo governo federal. Essa é a avaliação dos deputados César Colnago (ES) e Vaz de Lima (SP).  Os índices que medem a confiança caíram aos níveis registrados em 2008 e 2009, auge da crise global. Segundo especialistas, o resultado preocupa porque o pessimismo provoca retração do consumo e no investimento e freia a economia. Para os tucanos, a gestão Dilma tem grande responsabilidade pelo ambiente de desconfiança.

“A equipe econômica não consegue fazer a leitura correta dos rumos da economia mundial e propõe ações que, ao invés de colaborar, contribuem para o agravamento da crise interna. Aí dá nisso”, afirmou Vaz de Lima.

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Colnago repudiou a condução da economia no governo Dilma. Para ele, há muitos equívocos no setor. “O Estado, que pode ser o indutor, tem sido o inibidor das atividades econômicas”, resumiu. “O mercado vive de expectativas. As pessoas precisam ter a segurança de que as coisas vão dar certo, que a economia vai se desenvolver e elas vão ter retorno daquilo que investem. Se o governo não oferece dados e informações de forma fidedigna, a credibilidade vai ao chão e os investidores ficam receosos”, ponderou.

O comportamento da confiança entre consumidores e empresários tem motivações diferentes, destaca reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”. Para o consumidor, pesou mais a inflação elevada e uma preocupação com o crescimento do desemprego. Do lado do empresário, o desempenho da atividade econômica é o que assusta mais.

Apesar da queda da confiança, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, consideram o pessimismo exagerado. De acordo com Vaz de Lima, o Executivo não reconhece os erros na condução da política econômica. “Pior do que errar, é permanecer no erro e não reconhecê-lo. É por isso que a credibilidade da presidente e da sua equipe vai diminuindo cada vez mais”, disse. “O PIB não cresce, a inflação está cada vez mais maquiada e o governo fica fazendo cortina de fumaça”, criticou.

“O ministro da Fazenda deveria ter a mais alta capacidade de garantir ao mercado a confiança e a credibilidade necessárias para as pessoas voltarem a acreditar e investir. Quando isso não acontece, há uma desconfiança generalizada que afeta negativamente o mercado fazendo com que todo mundo fique recuado, esperando o melhor momento para investir”, disse Colnago.

Segundo o economista Mansueto de Almeida, a despesa primária do governo cresceu 13%, ou R$ 49 bilhões, no primeiro semestre e o investimento teve um aumento nominal de apenas 1%, ou R$ 333 milhões. O economista e fundador da ONG Contas abertas, Gil Castelo Branco, aponta que até julho o governo investiu apenas 27% do que está no Orçamento.

Gastos elevados e investimentos em baixa são alguns dos motivos da falta de credibilidade, acredita Vaz de Lima. Na opinião dele, para reverter o cenário preocupante o governo precisa fazer o dever de casa. “A primeira lição seria gastar melhor, evitar ao máximo os gastos correntes, principalmente aqueles para ajudar a companheirada e criar instrumentos de controle para não deixar os recursos escaparem pelos dedos”, enumerou. “Se não mudar esse tipo de política, não vai ter jeito. É preciso cortar na própria carne para dar exemplo”, completou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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19 agosto, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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