Recursos bilionários


Gomes de Matos quer informações sobre gastos do governo com publicidade do Programa Mais Médicos

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) é autor de requerimento que solicita informações ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre os gastos com publicidade do Programa Mais Médicos. O tucano quer saber o valor utilizado para divulgar o programa no Brasil e em outros países. O parlamentar pede também dados sobre os recursos dispendidos pelo Ministério da Saúde em publicidade, por mês, nos anos de 2011, 2012 e 2013.

O site da ONG “Contas Abertas” informou que o orçamento da saúde triplicou de 2003 a 2012, passando de R$ 28 bilhões para R$ 95 bilhões, a aplicação de recursos destinados a campanhas publicitárias na pasta. A ONG também diz que o governo Dilma aumentou em 50% os gastos com publicidade nos sete primeiros meses de 2013. Os desembolsos passaram de R$ 301,5 milhões em 2012, para R$ 452,5 milhões até julho deste ano.

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O tucano considera inadmissível a gestão do PT gastar tanto com propaganda, enquanto faltam recursos para hospitais e postos de saúde. Gomes de Matos disse que o governo utiliza a publicidade, que deveria ser de utilidade pública, para exaltar e promover o governo.

“Nós temos dois tipos de publicidade: a de utilidade pública – principalmente para orientar a população na prevenção de doenças – e a institucional, e aí é que está o problema. A quantia gasta só com publicidade institucional representa mais de 60% do valor investido pelo Ministério da Saúde”, afirmou.

De acordo com o parlamentar, o governo estaria gastando com publicidade no exterior com o objetivo de atrair profissionais estrangeiros para o Programa Mais Médicos. “O mais grave é que está havendo publicidade no exterior sobre esse programa, com a concessão de passagens e diárias por marqueteiros lá no exterior para tentar convencer os estrangeiros a participarem do Mais Médicos”.

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, a presidente Dilma Rousseff desembolsou R$ 1,78 bilhão, em média, por ano, valor 23% maior do que o governo de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. A Propeg Comunicação recebeu 23% do total gasto com publicidade do governo federal, ou seja, R$ 103,3 milhões. A agência Agnelo Pacheco recebeu R$ 44,6 milhões até julho, cerca de 10% do valor desembolsado pela União. A Nova/SB Comunicação embolsou R$ 43,8 milhões.

Gomes de Matos cobrou transparência dos gastos do governo com propaganda. Para ele, é importante elucidar essa movimentação de dinheiro e por que essas três agências monopolizam as verbas de publicidade do governo federal. “Esse requerimento visa nós termos a transparência dos recursos orçamentários utilizados pelo governo federal, o porquê de a presidente Dilma estar acelerando tanto essa publicidade, principalmente a publicidade institucional, que não é a publicidade que orienta a população, a publicidade de utilidade pública. A gente precisa abrir esse debate nesta Casa”, concluiu.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola / Áudio: Elyvio Blower) 

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16 agosto, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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