No atropelo


Em debate com ministro sobre "Mais Médicos", tucanos criticam falta de diálogo e alertam para falta de estrutura

Durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família nesta quarta-feira (14) com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (foto à direita), deputados tucanos fizeram críticas à edição de medida provisória para criar o programa "Mais Médicos". Além disso, alertaram  para os problemas de estrutura do sistema de saúde em várias localidades. 

Ex-secretário de Saúde de Minas Gerais, Marcus Pestana (MG) afirmou que o tema não deveria ser tratado por meio de MP, mas sim via projeto de lei. A mudança no método permitiria ampla discussão no Parlamento. “Faltou diálogo prévio não só com os diversos segmentos do SUS, mas também como com a própria Câmara”, apontou.

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O parlamentar do PSDB cobrou que o Revalida, programa vinculado ao Ministério da Educação que valida o diploma médico, mantenha o rigor na aceitação dos documentos como uma questão de responsabilidade sanitária. Sobre a vinda de médicos estrangeiros, Pestana perguntou a Padilha o se o Ministério da Saúde vai executar a medida antes do pronunciamento do Congresso Nacional, bem como se será mantido, conforme divulgou a imprensa, o retrocesso dos dois adicionais da formação dos médicos.

De acordo com números apresentados pelo Ministério da Saúde, 1.618 profissionais foram selecionados no primeiro mês de inscrições do programa, o que representa apenas 10,5% dos 15.460 médicos requisitados por 3.511 cidades. O Ministério da Saúde quer que esses médicos comecem a trabalhar em setembro. A maior procura é por cidades com melhor estrutura, e não por localidades remotas onde a carência é maior.

Já para Raimundo Gomes de Matos (CE), o discurso do ministro é uma tentativa de justificar o injustificável. “A realidade sobre a necessidade de trazer médicos do exterior porque não temos profissionais é outra. Na verdade não temos a presença desses profissionais no interior porque não existem condições de trabalho lá. O grande problema é esse”, destacou.

Sobre a comparação de Padilha para os países europeus como a Inglaterra, que adotam médicos de outras nacionalidades, Matos afirmou que a realidade na Europa é muito diferente, pois lá há investimentos. Assim como Pestana, também questionou a falta de diálogo na elaboração da medida. 

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

 

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14 agosto, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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