Mobilização nacional


Apae pede apoio de parlamentares para manter oferta de ensino em escolas especiais
 
A Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Fenapaes) organizou um protesto nesta quarta-feira (14) contra a extinção das escolas especiais, prevista em mudança feita pelo Senado ao Plano Nacional de Educação (PNE).
 
O PNE foi aprovado pela Câmara em outubro do ano passado. No Senado, o relator da proposta, José Pimentel (PT-CE), alterou o texto para acabar com o repasse de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), a partir de 2016, a instituições especiais de ensino. Dessa forma, inviabiliza-se o atendimento das Apaes. 
 
O fim do repasse estava previsto no texto original previsto pelo Ministério da Educação, enviado pelo Poder Executivo, mas a Câmara havia alterado esse texto para manter o repasse à educação especial.
 
Os jovens matriculados nessas instituições passariam a integrar as escolas regulares. Segundo Pimentel, o objetivo da mudança é garantir às pessoas com deficiência o acesso e condições para a permanência na escola. 
Segundo a presidente da Federação Nacional das Apaes, Araci Ledo, a proposta representa, na prática, a extinção de todas as escolas que atendem exclusivamente alunos especiais. 
 
Se essa mudança for aprovada no Senado, o Plano Nacional de Educação voltará a ser analisado pela Câmara.
 
O deputado Eduardo Barbosa (MG) acredita que os senadores vão aprovar o texto da Câmara, que prevê a coexistência da inclusão dos deficientes na escola normal e a escola especial. “Vamos reverter esse processo nas próximas comissões. Os senadores estão sensíveis e mobilizados. O texto do Senado inclusive contradiz um decreto da Presidência da República que prevê a coexistência das escolas especiais.”
 
Segundo os manifestantes, o Ministério da Educação deseja que as unidades da Apae funcionem apenas como centros de atendimento especializado, obrigando os jovens ali atendidos a serem matriculados nas escolas regulares que, na avaliação deles, não estão habilitadas a prestar esse atendimento.
 
“Lutamos muito para que a educação regular esteja aberta às pessoas com deficiência, mas o MEC acredita que apenas a educação regular dá conta de todas as deficiências, e a nossa experiência mostra que não. Precisamos das escolas especiais, que dão atendimento a pessoas com deficiências maiores, que precisam de abordagens pedagógicas mais especializadas”, disse o deputado Eduardo Barbosa, que também participou da manifestação.
 
Pais, professores, profissionais da área e jovens atendidos pelas Apaes participaram da manifestação, alegando que as crianças e adolescentes atendidos pela associação requerem cuidado especial e atendimento diferente do oferecido pela rede pública de ensino. Além de Barbosa, tucanos como Otavio Leite (RJ) e Mara Gabrilli (SP) tem uma atuação constante em defesa das pessoas com deficiência. 
 
(Da Agência Câmara, com alterações/Foto:  Alexssandro Loyola)
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14 agosto, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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