Suspeita de irregularidades

Izalci protocola pedido de CPI para investigar gastos em obras da Copa do Mundo

O deputado Izalci (DF) protocolou nesta quarta-feira (17) na Mesa Diretora do Congresso um pedido de criação de CPI Mista para investigar o uso de recursos públicos nas obras da Copa do Mundo de 2014. Segundo o tucano, foram recolhidas 192 assinaturas de deputados e 28 de senadores. O regimento exige no mínimo 171 rubricas na Câmara e 27 no Senado.

A expectativa de Izalci é que a comissão apure as possíveis irregularidades no uso de recursos públicos. “Nós queremos realmente apurar. Os gastos com os estádios variam de R$ 600 milhões a R$ 2 bilhões. Alguma coisa estranha existe. É preciso investigar também os gastos com a infraestrutura dos aeroportos”, declarou.

A lista com os nomes dos parlamentares que assinaram ou não o pedido de criação da CPI está disponível no site do deputado. Para Izalci, a fiscalização da sociedade é essencial para o trabalho da comissão. “Essa CPI vai ser acompanhada com lupa pelos movimentos sociais. A pressão nas redes sociais nos ajudou muito e vai ajudar ainda mais”, apontou.

Segundo o tucano, a pressão do governo para que os aliados retirem as assinaturas do requerimento já começou. No entanto, o parlamentar destaca que os parlamentares assinaram o pedido com convicção. “Quem assinou fez isso com convicção. Para retirar, eles vão enfrentar a cobrança das redes sociais. Eu considero isso muito difícil de acontecer diante do acompanhamento da sociedade”, ressaltou.

Após a conferência das assinaturas, o pedido de criação da CPI deve ser lido em sessão do Congresso. Izalci lembrou que deputados e senadores têm reunião marcada para a terceira semana de agosto. 

O senador Alvaro Dias (PR) parabenizou o deputado Izalci e destacou que a comissão deve apresentar revelações importantes. “Depois das mobilizações populares, o Congresso precisa mudar seu comportamento e instalar essa CPI, que é exigida pela população. Que a CPI da Copa possa aprofundar investigações, e que não haja uma operação abafa para impedir que se revelem todas as irregularidades”, afirmou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: / Áudio: Elyvio Blower)