Ineficiência
Restos a pagar batem recorde e revelam inércia do governo federal, destaca Vaz de Lima
Os chamados restos a pagar – despesas empenhadas, mas não liquidadas no mesmo ano – viraram um verdadeiro orçamento paralelo no governo petista. Apenas em 2013 são R$ 171,6 bilhões disponíveis, um recorde, segundo informações do Siga Brasil, portal administrado pelo Senado Federal. Desde 2003, a cifra avançou 853,3%, o que representa lentidão na execução de projetos e obras, de acordo com especialistas. Na avaliação do deputado Vaz de Lima (SP), o problema já virou uma bola de neve e demonstra a inércia do governo federal.
“Vai virando uma bola de neve, um círculo vicioso. Isso demonstra, mais uma vez, a incapacidade de gestão e quebra o mito de gerentona da presidente Dilma. O gerente é aquele que tem capacidade de fazer o projeto ser executado, mas nós temos visto que o governo está parado”, afirmou nesta quarta-feira (17).
Reportagem do “Correio Braziliense” aponta que o governo tem utilizado esses recursos para inflar as estatísticas de investimento público. Neste ano, dos R$ 20,5 bilhões aplicados pelo governo federal, R$ 16,8 bilhões eram de restos a pagar e apenas R$ 3,7 bilhões vieram do orçamento de 2013. Vaz de Lima destaca que as obras não têm saído do papel. “Isso projeta para a sociedade essa inércia. Os serviços não estão bem, as obras não andam, os projetos não são executados”, disse.
Segundo o jornal, a farra dos restos a pagar é tamanha que o governo os utiliza não apenas para quitar despesas já realizadas, mas também cria obrigações, para o ano seguinte, referentes a produtos e obras que não foram sequer iniciadas. O grupo chamado de restos não processados corresponde a R$ 150 bilhões do orçamento paralelo de 2013. Apenas R$ 21,6 bilhões se referem a itens ou serviços já entregues.
“Quem é prejudicado com isso é a população. Se o governo não é capaz de executar o que está previsto, imagina fazer projeção para o futuro. A capacidade de gestão é próxima de zero”, criticou o deputado.
Números:
R$ 171,6 bilhões
É o valor disponível de restos a pagar em 2013.
853,3%
Foi quanto a cifra cresceu desde 2003, primeiro ano da gestão do PT.
R$ 70 bilhões
Foram desembolsados com restos a pagar até o início de julho. Desse montante, apenas 24% representavam investimentos.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: / Áudio: Elyvio Blower)
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