Descaso com a sociedade

Tebaldi pede informações a ministros sobre veto à missão da ONU para checar saneamento

O deputado Marco Tebaldi (SC) apresentou três requerimentos pedindo informações aos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) sobre o veto à investigação de uma missão da ONU que avaliaria a situação do acesso a água e saneamento no país.

Pela proposta do tucano, os chefes das pastas deverão apresentar cópias dos documentos de solicitação de autorização da relatoria para o Direito à Água e Saneamento da Organização das Nações Unidas no Brasil, bem como a justificativa para o impedimento da atuação na ONU nas condições sanitárias brasileiras.

De acordo com o site do “Estadão”, em 5 de julho de 2013 o governo brasileiro vetou a investigação proposta pela ONU e não deu explicação. O jornal apurou que o governo não quer neste momento de manifestações da população deixar vir à tona mais um problema social. A ordem teria partido do próprio gabinete da presidente Dilma Rousseff.

A relatora da ONU Catarina Albuquerque informou ao Estadão que o governo apenas explicou que, por motivos imprevistos, a missão não poderia mais ocorrer.

Os trabalhos começariam na quinta-feira (18) atendendo Brasília, São Paulo, favelas do Rio de Janeiro e a zona rural do Ceará. Os dados da ONU são claros em demonstrar que, apesar do crescimento da economia nas últimas décadas, a situação do acesso ao saneamento é dramática, destacou o Estadão.

Segundo a relatora da ONU, 7,2 milhões de brasileiros ainda usam banheiros a céu aberto todos os dias.

Apesar dos esforços da ONU em contribuir para a melhoria do serviço de saneamento básico, o governo brasileiro ainda não demonstrou interesse em receber a equipe no segundo semestre do ano, mesmo tendo o compromisso internacional de receber todos os relatores da entidade que desejarem fazer uma visita.

“As informações que ora requeremos são de fundamental importância para o desempenho das atribuições constitucionais deste Parlamento”, garantiu Tebaldi.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Valter Campanato/ABr)