Rombo nas contas


Cenário econômico ruim é resultado da incompetência do governo federal, avaliam deputados

Inflação elevada, baixo crescimento e rombo nas contas externas. Esse é o péssimo cenário da economia brasileira sob a gestão da presidente Dilma Rousseff. Especialistas baixaram novamente a estimativa de crescimento do PIB de 2013 para de pouco mais de 2%. Em janeiro, a previsão era de 3,26%. Já a previsão para a inflação neste ano aumentou: de 5,83% para 5,86%. Na avaliação dos deputados Antonio Imbassahy (BA) e Antonio Carlos Mendes Thame (SP), a situação é fruto da incompetência da petista em estimular o crescimento econômico e controlar a alta dos preços. 

De acordo com Imbassahy, falta estratégia ao governo para reverter esse cenário. “O governo está absolutamente desorientado. A política econômica fracassou e a presidente deveria mudar de imediato os rumos da administração do seu governo, sob pena de as coisas se agravarem ainda mais”, disse nesta segunda-feira (24). “Não há duvidas de que o resultado dessa nefasta e incompetente administração da economia nacional levaria a esse quadro de inflação elevada e crescimento econômico baixo. Quem está pagando o preço no final é a população brasileira”, completou.

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Para Mendes Thame, a combinação de baixo crescimento e inflação fora de controle é perversa. "Este governo não está conseguindo fazer a economia crescer. Nós estamos em uma situação, do ponto de vista macroeconômico, terrível. Isso é um fato inegável. Além disso, temos a volta da inflação, que é uma espécie de imposto em cima do salário dos mais pobres. A inflação está atingindo aqueles que mais necessitam da estabilidade dos preços. É o pior dos mundos”, destacou. 

A alta dos preços é persistente. Segundo o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia do indicador oficial, registrou alta de 0,38% em junho, ligeiramente acima da média esperada pelo mercado, de 0,37%. Embora o indicador tenha recuado em relação a maio (0,46%), no acumulado de 12 meses, o IPCA-15, mais uma vez, estourou o teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5% – atingiu 6,67%. A previsão do mercado financeiro é que a inflação terá aceleração neste ano, fechando 2013 acima do patamar registrado em 2012 (5,84%).

Outros indicadores comprovam que as contas do país vão de mal a pior. O Banco Central elevou de US$ 67 bilhões para US$ 75 bilhões a projeção para este ano do rombo nas transações do país com o exterior. A autoridade monetária reconhece a dificuldade crescente em conter o déficit nas operações que incluem receitas e despesas da balança comercial, da conta de serviços e das transferências unilaterais. O maior déficit foi registrado no ano passado: US$ 54 bilhões. E mais: o Brasil é o país que teve a segunda menor variação do PIB entre as nações da América Latina no ano passado: apenas 0,9%.

Na opinião dos tucanos, o corte de gastos é uma das alternativas para virar o jogo e recuperar o crescimento. “O rombo nas contas externas é muito elevado. Estamos praticamente em último lugar em relação ao crescimento dos países da América Latina. Ou a presidente toma uma medida dura, reduzindo o número de ministérios e até mesmo afastando ministros que não estão dando resultados, ou vamos assistir esse quadro se agravar”, afirmou Imbassahy.

“O atual governo queimou um superávit na balança comercial, na balança de pagamentos. Nas contas externas, o Brasil, que sempre teve um superávit, passou a ser deficitário”, lamentou Mendes Thame. “Em primeiro lugar, o governo deve fazer a parte dele e deixar de lado a gastança. A somatória de todos os gastos supérfluos acaba refletindo numa necessidade de financiar o déficit com mais empréstimos. Com isso, os juros sobem. Subindo os juros, evidentemente estamos colaborando para que haja uma maior inflação”, acrescentou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: / Áudio: Elyvio Blower)

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24 junho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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