Autocrítica


Líder do PSDB cobra ações concretas do Congresso em resposta às reivindicações dos manifestantes

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que o Congresso Nacional precisa dar respostas às manifestações que tomaram conta do país. O deputado se declarou contrário à proposta da presidência da Casa de soltar nota sobre o movimento que agita o país. “A voz das ruas não espera nota oficial, mas sim ações concretas, como a derrubada da vergonhosa PEC 37 e o fim do voto secreto. Só assim demonstraremos sintonia com as reivindicações!”, escreveu em seu perfil no Facebook.

Durante pronunciamento nesta semana, o líder tucano disse que os parlamentares devem aproveitar o momento histórico para fazer uma autocrítica, identificar erros e agir de acordo com os interesses da população. Conforme destacou, a indignação é generalizada (veja vídeo abaixo).

 “O movimento de indignação é geral contra toda a classe política. Façamos uma análise de onde está o erro do Congresso para gerar indignação. Em vez de apontarmos o erro do governo federal e dos governos estaduais, façamos uma autocrítica”, ressaltou. “Tenhamos a vergonha na cara de reconhecer esse momento histórico para mudarmos a nossa relação com a sociedade brasileira e trazermos a indignação dela para dentro desta Casa”, completou.

Na opinião de Sampaio, a imagem que a sociedade tem dos parlamentares só mudará quando os políticos tomarem decisões acertadas, que correspondam aos anseios da nação.  “Como este Congresso pode ser respeitado por esses jovens se ainda se oculta por detrás do voto secreto? Como a sociedade aceita que no Congresso tramite a PEC 37 para tirar poder de investigação do Ministério Público, que é quem evita e impede que a corrupção ande desenfreada por este país? Até outro dia 14º e 15º salários eram pagos vergonhosamente aqui. É um absurdo que a nação não compreende o que esse movimento repudia”, concluiu.

Em entrevista à coluna Poder Online do IG, Sampaio afirmou que o partido não deve “tirar uma lasquinha” dos manifestos. Para o tucano, o movimento das ruas é apartidário. “Não tem o menor sentido tentar pegar uma carona nesse movimento de indignação generalizada, partidarizar o assunto. O PSDB tem que saber ouvir e transformar essa indignação da sociedade em propostas concretas para o país e não tentar tirar uma lasquinha de oportunismo nesse movimento social", afirmou Sampaio.

O PT convocou nessa quinta-feira (20) sua militância a participar das manifestações por meio de um manifesto publicado na página oficial na Internet.

Deputados do PSDB também cobraram ações concretas dos políticos. Na avaliação de Ruy Carneiro (PB), a classe política precisa estabelecer urgentemente uma pauta positiva que atenda o clamor social. Para ele, a população cobra especificamente do Congresso uma resposta a temas como o fim do voto secreto, a derrubada da PEC 37, a redução dos gastos públicos no Parlamento, as reformas política e tributária.

“O Parlamento precisa ouvir o Brasil, compreender que esse movimento também é contra a sua paralisia diante de temas importantes que podem mudar para melhor a vida das pessoas. Quando defendi o fim do pagamento dos 14º e 15º salários enfrentei resistência de alguns colegas, mas naquele instante vencemos. No entanto, é preciso caminhar rapidamente ao encontro da voz que está nas ruas”, defendeu.

De acordo com Ruy Carneiro, mais do que reformas pontuais, as manifestações expressam a necessidade de transformações nas relações políticas. “É preciso ter coragem para enfrentar o pagamento das aposentadorias e pensões vitalícias a políticos, como também os escândalos das aposentadorias por invalidez no Congresso e nas Assembleias. Mudar essa situação é dever do Congresso”, concluiu Ruy Carneiro, autor da PEC que proíbe o pagamento de pensão a ex-governadores e ex-prefeitos.

Pelo Twitter, o deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) afirmou que a petista não pode se comportar como candidata  e silenciar em um momento como esse. "Ela usou espaço institucional para fazer campanha. Agora, com mortos, feridos, vandalismo e milhões nas ruas mandando uma mensagem, ela se acovarda", escreveu.

Na opinião de Paulo Abi-Ackel (MG), os diversos protestos levam as autoridades a um momento de reflexão. "A maquiagem do país para receber turistas estrangeiros é a maior prova de desprezo que um governo pode dar a seu povo: essa é uma das mensagens implícitas de protesto das manifestações populares", afirmou.

Para Alfredo Kaefer (PR), a manifestação representa um movimento cívico de propósitos difusos, mas mostra o descontentamento da população, principalmente dos mais jovens. “Essa é a resposta da voz que emana das ruas como estamos vendo nas principais cidades do país”, disse o parlamentar.    

Kaefer defendeu o diálogo com os manifestantes. “Se eu pudesse dar um conselho coletivo, diria a eles que além da expressa manifestação popular, eles têm que convocar uma manifestação, de forma adequada, para as eleições de 2014, pois aí está a legítima ação para as mudanças”, afirmou Alfredo Kaefer, ressaltando que sempre respeita qualquer tipo de manifestação que tenha como objetivo a melhoria da qualidade de vida da população.

(Reportagem: Alessandra Galvão com informações da assessoria dos deputados Ruy Carneiro e Alfredo Kaefer/ Foto: Alexssandro Loyola)

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21 junho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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