De olhos abertos


Insatisfação dos brasileiros já afeta popularidade da presidente Dilma, afirmam tucanos

A queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff e a reprovação do governo em várias áreas revelam uma população insatisfeita com os rumos da gestão petista. As pesquisas foram realizadas pela  Confederação Nacional da Indústria – CNI/Ibope, antes da onda de protestos que levou milhares de pessoas às ruas nos últimos dias. Os deputados Antonio Imbassahy (BA) e César Colnago (ES) acreditam que os brasileiros estão acordando, no anseio de um Brasil melhor.

A avaliação positiva do governo caiu para 55%, como apresentado pelo Ibobe na última quarta-feira (19). Na pesquisa anterior, divulgada em março, o percentual da população que considerava a gestão Dilma como ótima ou boa foi de 63%. O percentual que vê o governo como ruim ou péssimo subiu de 7%, em março, para 13%, o maior desde o início do governo. Além disso, 25% das pessoas desaprovam a maneira da petista governar e 28% dizem não confiar na presidente.

Play

“O governo é baseado na propaganda e isso não engana o tempo todo. Chega um momento em que a população começa a reagir, como aconteceu agora”, disse Imbassahy. Segundo o tucano, nenhum setor evoluiu: saúde, segurança, educação estão na mesma, o que acaba aparecendo na pesquisa.

Para o deputado, o resultado decorre da má administração de uma personagem criada pelo ex-presidente Lula que demonstrou não ser boa gestora. “E do ponto de vista da ética e da moral, ela não está mostrando quase nada para o país”, completou.

Das nove áreas de atuação avaliadas, seis são desaprovadas pela maioria da população: segurança pública, saúde, impostos, combate à inflação, taxa de juros e educação. Em uma das outras três em que Dilma ainda consegue resultado positivo, o combate ao desemprego, a tendência é de forte declínio: a diferença positiva era de 17 pontos há três meses e agora é de apenas sete.

Segundo Imbassahy, um governo feito só na base da propaganda acaba tendo avaliação negativa. Para ele, essa é uma administração populista baseada em marketing. “A queda não é surpresa para ninguém. As obras só “andam” na propaganda. As cidades estão travadas, os serviços cada vez piores, há problemas na produção, entre outros. Tudo isso faz com que a presidente seja perseguida pela população. É uma presidente que não consegue fazer as coisas evoluírem”, criticou.

Na opinião de César Colnago, a pesquisa de março já reflete a insatisfação em vários setores, principalmente na saúde. “Hospitais estão quebrando, há um problema muito sério na atenção à saúde, sem falar no baixo investimento”, disse. Para ele, a queda da presidente reflete também na corrupção e na impunidade. “São obras superfaturadas, empréstimos do BNDES sob suspeitas. Isso tudo mostra que aquele discurso de grande gestora é uma falácia. A população resolveu dar um basta”, completou.

Números ruins

→ A maior deterioração da avaliação do governo ocorreu na política de combate à inflação. O percentual de desaprovação subiu de 47% para 57%, enquanto a aprovação caiu de 48% para 38%.

→ A política de impostos também registrou piora. O percentual dos que reprovam o governo nessa área aumentou de 60% para 64%. Na área de taxa de juros, a insatisfação cresceu de 50% para 54%. Dilma é reprovada ainda por 67% dos brasileiros na segurança, 66% na saúde e 51% na educação.

→ A insatisfação da população aumentou também nas áreas em que o governo é bem avaliado. Na área de combate à fome e à pobreza, a desaprovação subiu de 34% para 38%. No combate ao desemprego, a avaliação negativa foi de 40% para 45%. Já na área de meio ambiente, a desaprovação passou de 36% para 39%.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Antonio Cruz/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
20 junho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *