Paz no campo


Azambuja cobra respeito à legalidade e defende compra de terras para resolver conflito indígena

Centenas de produtores rurais participam nesta sexta-feira de mobilização em Nova Alvorada do Sul para pedir paz no campo e segurança jurídica no Mato Grosso do Sul. Produtores de vários estados do país estão no evento, no entroncamento entre as BRs 163 e 267. Aos motoristas que passam pelo local, os manifestantes distribuem materiais informativos sobre o movimento, cujo slogan é “Onde tem justiça, tem espaço para todos”.

Em pronunciamento diante de aproximadamente 4 mil pessoas reunidas em tendas montadas ao lado da BR-163, o deputado Reinaldo Azambuja (MS) destacou que a União precisa negociar com os produtores rurais a compra de propriedades, se pretende ampliar as terras indígenas. “O governo tem de pagar um preço justo pelas terras. Em Mato Grosso do Sul, não há terras invadidas por produtores. As terras foram tituladas ou pela União ou pelo Estado. Portanto, o governo não pode ser conivente com invasões, nem fazer expropriações”, afirmou.

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“Queremos a legalidade no País. Essa situação gera insegurança jurídica e prejudica não apenas produtores e indígenas, mas toda a sociedade”, afirmou. “Se o governo quiser ampliar algumas aldeias, terá de pagar pelas terras. Nós somos ordeiros, pacíficos e defendemos a legalidade. Basta de violência no campo”.

Reinaldo informou que, em encontro em Brasília, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, admitiu que o governo federal precisa colocar um fim ao conflito entre indígenas e produtores rurais. “O próprio ministro reconheceu que não dá mais para empurrar o problema com a barriga”, declarou. Na reunião citada por Reinaldo, estavam presentes a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o Advogado-Geral da União, ministro Luís Inácio Adams, e o ministro chefe da Secretaria da Presidência da República, e Gilberto Carvalho – que na última quarta, por aprovação de um requerimento de coautoria de Azambuja, terá que comparecer à Comissão de Agricultura da Câmara dos deputados para explicar os motivos do imobilismo do governo federal diante da violência no campo.

Ainda esta semana, em reunião com o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, Reinaldo cobrou um posicionamento da Igreja Católica a respeito do assunto. “Ele concorda que a situação em Mato Grosso do Sul é diferente de outras áreas do País e defende o pagamento de indenizações sobre as áreas reivindicadas pelos índios.

Em mobilização no MS, Azambuja cobra segurança jurídica para os produtores rurais from PSDB na Câmara on Vimeo.

Política indigenista
O deputado federal frisou que, para resolver o problema, não basta comprar as terras de produtores rurais, mas é preciso definir uma política indigenista. “É preciso dar condições para os índios produzirem, não basta apenas terra. Hoje, as comunidades indígenas em muitas aldeias vivem na miséria, passam fome. Eles precisam de instrumentos para seu sustento, para ter qualidade de vida”, defendeu, em entrevista à imprensa.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura, está presente na manifestação, assim como o presidente estadual do PSDB, deputado Márcio Monteiro, o senador Waldemir Moka (PMDB), os deputados federais Geraldo Resende (PMDB), Fábio Trad (PMDB), Akira Otsubo (PMDB), o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e a deputada Mara Caseiro (PTdoB).

A manifestação “Onde tem justiça, tem espaço para todos” foi organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A tensão em Mato Grosso do Sul aumentou após a morte do terena Oziel Gabriel, durante reintegração de posse na Fazenda Buriti, em Sidrolândia. O conflito chamou a atenção da imprensa nacional e internacional para Mato Grosso do Sul e uma série de invasões foram desencadeadas no Estado. “Não é essa a imagem de violência que queremos passar de Mato Grosso do Sul. Somos um povo pacífico. A omissão do governo federal é responsável por essa guerra entre irmãos. O governo precisa dar um basta a esse conflito”, enfatizou Reinaldo.

(Da assessoria do deputado/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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14 junho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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