Brasil em mais lençóis


“Risco Dilma” estabelecido por agência internacional é um reconhecimento pelo conjunto da obra da petista

Dilma Rousseff ganhou ontem o reconhecimento pelo conjunto de sua obra. "Diante do baixo crescimento do PIB, da perda de credibilidade, da inflação e do descontrole das contas públicas, a perspectiva do Brasil foi rebaixada por uma agência de risco. O rating mais baixo enquadra o tomador do dinheiro na categoria de pagador duvidoso. É a este caminho de dificuldades que a atual gestão está nos conduzindo", aponta trecho da Carta de Formulação e Mobilização Política desta sexta-feira (7), que apelida a situação de “risco Dilma”. Leia abaixo a íntegra:

A presidente Dilma Rousseff ganhou ontem o reconhecimento pelo conjunto de sua obra. Diante do baixo crescimento do PIB, da perda de credibilidade da política econômica, da inflação e do descontrole das contas públicas, a perspectiva do Brasil foi rebaixada por uma agência de classificação. É o “risco Dilma”.

A Standard & Poor’s (S&P) anunciou que decidiu colocar a nota dos títulos da dívida brasileira em perspectiva negativa. É o primeiro passo para cortá-la, o que pode ocorrer em até dois anos. “Nós poderíamos rebaixar o rating de crédito do país nos próximos dois anos se continuar o crescimento econômico lento, os fundamentos fiscais e externos mais fracos e a perda de credibilidade na política econômica”, informou a agência.

Notas de crédito podem parecer algo exótico para cidadãos comuns, mas são termômetro para quem tem que lidar com dinheiro. A perda de confiança encarece a captação de recursos, torna os financiamentos mais escassos, reduz a disponibilidade de crédito. O rating mais baixo enquadra o tomador do dinheiro na categoria de pagador duvidoso. É a este caminho de dificuldades que a gestão Dilma está nos conduzindo.

O Brasil passou a gozar de melhor reputação financeira há apenas cinco anos, o que aumentou o interesse e o ingresso de investimentos estrangeiros no país. Agora, a perspectiva é inversa e, assim como a S&P, outras agências de classificação de risco podem fazer o mesmo movimento. E não é só o governo: os ratings da Petrobras e Eletrobrás também foram atingidos pela decisão divulgada ontem.

Quando Lula foi eleito, em 2002, cunhou-se no mercado financeiro a expressão “risco Lula”. Era o temor de que, uma vez no poder, o PT fizesse o que passara a vida toda pregando: mudar tudo o que estava aí. Era o que os petistas chamavam de “ruptura necessária”. Na época, o dólar foi às alturas e a inflação disparou.

Felizmente, um grupo mais ajuizado fez Lula e o PT converterem-se aos preceitos da responsabilidade, plasmados na “Carta aos Brasileiros” – que o ex-presidente revelou recentemente ter assinado muito a contragosto. Foi a decisão mais sábia que o partido jamais tomou.

Enquanto o PT rezou pela cartilha herdada do governo do PSDB, baseada em controle rigoroso da inflação, responsabilidade com as contas públicas e livre flutuação do câmbio, o Brasil foi bem – ajudado, ainda, por uma onda de prosperidade no mundo sem precedentes há décadas. Mas foi só o PT fazer o que o PT acredita e defende para o caldo entornar.

Nos últimos anos, já a partir do fim do mandato de Lula, o cuidado no trato da coisa pública foi implodido. O país convive com orçamentos paralelos, contas fictícias, contabilidade desacreditada e fantasiosa, truques e salamaleques de toda ordem.

Ontem, numa nova leva de manobras deste tipo, BNDES e Valec receberam novos aportes bilionários para maquiar o cada vez mais catastrófico resultado fiscal – só para o banco já foram R$ 310 bilhões desde 2009… Até as receitas do pré-sal, que nem leiloado foi, e que por lei deveriam ir para educação, já estão entrando na conta para fechar o superávit deste ano, revela hoje o Valor Econômico. Tudo para permitir que o Estado se agigante.

O controle da inflação foi abandonado pela falácia de que precinhos um pouquinho mais altos não doem, numa imitação barata dos modelos argentino e venezuelano de eficiência e rigor. Dilma passará seus quatro anos de mandato sem cumprir uma vezinha sequer as metas do Copom – desde 2009, aliás, não passamos nem perto. A presidente parece que não fazia ideia, mas com isso derrubou o consumo – motor da economia havia 38 trimestres – e inviabilizou investimentos.

O descontrole de preços segue tão persistente e disseminado que o Banco Central avisou, por meio da ata divulgada ontem, que provavelmente terá que continuar elevando os juros. Também na política monetária, o Brasil de Dilma é uma autêntica jabuticaba: entre 90 países, estamos entre os cinco que aumentaram suas taxas neste ano – nossos companheiros nesta façanha são Egito, Gâmbia, Gana e Tunísia. Com a nova alta da taxa básica, prevista para julho, voltaremos ao topo dos rankings mundiais de juros reais.

O desarranjo conflui para um desempenho geral pífio na economia. Pelas previsões atuais, o Brasil será o país com o segundo pior crescimento na América do Sul, atrás apenas da Venezuela. Segurar a lanterna já se tornou um hábito no governo de Dilma – no ano passado, só ganhamos do Paraguai, que agora nos deixou para trás e deve liderar a expansão no continente.

(Fonte: ITV/ Imagem: reprodução – O Globo)

 

 

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7 junho, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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