Arrecadação, a consequência da produção, por Carlos Roberto


O Brasil amarga um recorde bastante negativo. Com a economia estagnada, em decorrência da falta de foco do governo federal nos setores produtivos, a carga tributária brasileira atingiu 36,2% do PIB nacional. Ou seja, o cidadão deixa nas mãos do governo um dia inteiro de trabalho a cada três dias de produção.

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) demonstra ser de uma incompetência tamanha, à medida em que só tem olhos voltados à arrecadação em detrimento da produção. Tanto é assim que, no ano passado, o Tesouro arrecadou R$ 1,59 trilhão em impostos, por mais que tenha ocorrido ao longo do período uma série de isenções de impostos, principalmente o IPI que recai sobre o setor produtivo. Ou seja, trata-se de uma visão míope do processo, já que não se concede isenções como forma de incentivar a produção.

É a história do cobertor curto que você cobre a cabeça e descobre os pés. A arrecadação em alta foi garantida porque o governo “lucrou” justamente em cima da renda e do emprego do trabalhador. O INSS cresceu porque muita gente foi contratada ou formalizou sua situação. Só que isso, em tese algo que poderia ser positivo, não garante a melhor distribuição de renda. O governo trabalhou para que mais brasileiros entrassem na faixa de contribuição do Imposto de Renda. Só isso explica o aumento da arrecadação, atingindo esse nível recorde de carga tributária.

Ou seja, em vez de usufruir das isenções, o trabalhador gasta mais em impostos e acaba consumindo menos, afetando diretamente o setor produtivo, numa demonstração evidente de que a atual política econômica prefere conjugar o verbo arrecadar em vez do produzir. Não é difícil de concluir que o jeito PT de governar tem como premissa básica agir contra quem produz. Desta forma, eles sufocam a indústria no país e, como consequência, a produção.

O que eles precisam entender, de uma vez por todas, é que um país sem indústria é um país sem personalidade. Nação nenhuma neste mundo consegue seguir adiante  se não houver investimentos concretos na indústria. E o Brasil segue na contramão do desenvolvimento já que os governos do PT não entendem o que é o trabalho, mola mestre para a geração de oportunidades e riqueza para um povo. Um país não vive só de arrecadação. A arrecadação é sim a consequência da produção.

(*) Carlos Roberto é deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento dos mecanismos de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES, e industrial. (Foto: Alexssandro Loyola)

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4 junho, 2013 Artigosblog Sem commentários »

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