Memória


Morte de Roberto Civita: Brasil perdeu um grande expoente da liberdade de imprensa, afirmam deputados

Internado há três meses no hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, o presidente do conselho de administração do Grupo Abril, Roberto Civita, morreu na noite deste domingo aos 76 anos. Para parlamentares do PSDB, o país perdeu um grande defensor da liberdade de imprensa no país.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), divulgou nota de pesar expressando sua solidariedade à família. “Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento. O Brasil perde um defensor intransigente da liberdade de imprensa e de expressão, que fazia da busca da verdade e do bom debate as matérias-primas de seu trabalho. Civita foi um empreendedor à frente do seu tempo, um exemplo de coragem e de cidadão comprometido com nosso país. Nossa solidariedade aos familiares, amigos e colaboradores do Grupo Abril”, destacou em  nota. 

O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, também lamentou a perda. “Roberto Civita foi um dos mais extraordinários homens que conheci. Defensor intransigente da democracia, amava, como poucos, o Brasil. Roberto viveu e morreu sem perder a capacidade de sonhar. Seu sonho era ver o Brasil investindo na educação de qualidade para que pudéssemos construir um futuro melhor. O Brasil perde um idealista e eu perco um amigo querido. À Maria Antonia, filhos e netos, minha mais sincera solidariedade”, expressou.

O deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB-SP, também divulgou nota ressaltando a contribuição do criado de "Veja" para o país. ”Roberto Civita era um homem à frente de seu tempo, que nutria um profundo amor pelo Brasil e uma crença inabalável na verdade e na democracia. Por meio de suas publicações, contribuiu enormemente para o desenvolvimento da imprensa brasileira. Neste momento de pesar, me solidarizo com sua família e amigos”.

Ele lembrou que em 2011, quando era líder do partido, pediu a homenagem de mérito legislativo da Câmara a Civita por sua contribuição ao país. Em discurso nesta segunda-feira (27), Duarte demonstrou profundo pesar pelo falecimento. “É uma perda irreparável para o Brasil”, disse.

No plenário da Câmara, o deputado Jutahy Junior (BA) destacou a inteligência brilhante e as profundas convicções democráticas de Civita. “Todos os brasileiros que acreditam na democracia, nos valores e garantias individuais, sabem que perdemos um grande baluarte da imprensa livre”, comentou.

Via Twitter, o deputado Vaz de Lima (SP) escreveu: "O jornalismo perde um expoente. O Brasil perde um democrata”. Walter Feldman (SP), por sua vez, disse que a imprensa brasileira está de luto. “O Brasil passa por um período em que precisamos redemocratizar a democracia. A imprensa é papel fundamental nas grandes vitórias da sociedade brasileira", apontou. 

Como lembrou, em menos de uma semana o jornalismo nacional perdeu dois grandes nomes. "Ruy Mesquita, diretor do Estadão, nos deixou com a censura imposta pela velha política, graças ao excelente trabalho jornalístico. Roberto Civita, presidente do grupo Abril, partiu, mas deixará em registro as vitórias apoiadas pelas causas defendidas em prol de uma sociedade mais justa. Ambos cumpriram seu papel de informar, além do mais, de cultivar a crítica dos cidadãos brasileiros", apontou Feldman no Facebook.

Em seu blog, o deputado Nilson Pinto (PA) também lamentou as mortes de Mesquita e Civita. “Uma imprensa livre é um dos pilares da democracia. E ambos – Mesquita e Civita – deixaram sua marca entre os que construíram uma imprensa verdadeiramente livre em nosso país”, escreveu. Segundo ele, ambos ergueram grupos editoriais sérios que se tornaram parte essencial na história da comunicação social no Brasil.

Um especialista em revistas

“Gosto de ser editor e o que eu sei fazer é revista”, dizia Roberto Civita, o criador da maior revista semanal do país. Civita era de origem italiana, estudou nos EUA física nuclear, em seguida economia, mas acabou se especializando em jornalismo, estagiando na conceituada revista americana "Times". No Brasil lançou a revista "Realidade" em 1966. Um ano depois criou a "Exame", e em 1968, lança a "Veja". Civita não pára, e em 1975 cria a "Playboy" brasileira.

Roberto Civita deixa a mulher, Maria Antonia Magalhães Civita, os filhos Giancarlo Civita, Victor Civita Neto e Roberta Anamaria Civita, e seis netos.

(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: site da Veja)

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27 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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