Qualidade no atendimento

Contratação de médicos cubanos pelo governo federal precisa ser debatida, avalia Izalci

Em discurso nesta sexta-feira (24), o deputado Izalci (DF) demonstrou preocupação com a contratação de mais de seis mil médicos estrangeiros pelo governo federal para ajudar a atender a demanda nacional. O tucano é autor de requerimento aprovado nesta semana pela Comissão de Educação no qual pede a realização de seminário para debater o tema. O parlamentar lembra que há grande preocupação com a formação desses profissionais, que virão principalmente de Cuba.

“Não podemos ter aqui uma medicina de segunda ou de terceira qualidade. Não dá para colocar em risco os pacientes, principalmente os mais carentes, porque essa iniciativa é exatamente para colocar os médicos no interior do país e atender as pessoas de baixa renda”, destaca Izalci. 

O tucano ressalta que a vinda dos médicos cubanos preciso estar acompanhada por exigência do regime cubano. “Estão vindo junto mais 1,2 mil agentes secretos para acompanhar os médicos cubanos, para que eles não fujam. Eles serão acompanhados. Então, é muito grave esse assunto, por isso é que aprovamos esse requerimento”.

O seminário será realizado com a presença do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, responsável pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida).

O exame é essencial para estrangeiros exercerem a profissão médica no país, mas o governo quer deixar esses seis mil médicos cubanos e outros que pretende contratar trabalharem no país sem passar pelo exame. Parlamentares do PSDB já haviam demonstrado preocupação com a situação e apontado um possível viés ideológico.

“Temos que exigir atenção especial para isso, a fim de não deixar que médicos sem a mínima capacidade possam atuar no Brasil sem passarem pelo Revalida, uma prova de conhecimento e de capacitação para que eles possam exercer a profissão”, destaca Izalci.

Também foram convidados para o seminário o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d´Avila; presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, e o Diretor da Faculdade de Medicina da UnB, Paulo César de Jesus.

Trabalho escravo – Izalci apresentou nesta sexta-feira requerimento de informação solicitando cópia do inquérito da Polícia Federal acerca da Operação Liberdade, que investigou a situação de pessoas que vieram de Bangladesh para trabalhar no programa Minha Casa, Minha Vida. Há suspeitas de que elas teriam sido traficadas com promessa de receber US$ 1,5 mil, mas eram cobradas taxas de 10 mil dólares. Em outra frente o tucano pede a vinda dos ministros de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratarem do assunto. 

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola)